Ann Lurie, uma autoproclamada hippie que se tornou uma das filantropas mais respeitadas de Chicago, morreu na segunda-feira aos 79 anos. Reconhecida por sua generosidade, Ann doou mais de US$ 100 milhões para um hospital onde trabalhava como enfermeira pediátrica.

A Northwestern University, instituição que recebeu mais de US$ 60 milhões em doações de Ann, anunciou sua morte, sem revelar o local ou a causa.

Criada em Miami por uma mãe solteira, Ann protestou contra a Guerra do Vietnã durante a faculdade e tinha planos de se juntar ao Peace Corps. Mesmo depois de se casar com Robert H. Lurie, um magnata do mercado imobiliário e de investimentos, ela continua confortável com sua riqueza.

Robert H. Lurie, sócio da Equity Group Investments ao lado de Sam Zell, acumulou um império que incluía participações em Chicago Tribuna, Los Angeles TimesChicago Cubs, Chicago Bulls e Chicago White Sox. Ele morreu em 1990, aos 48 anos, deixando para trás uma fortuna de US$ 425 milhões.

Em 2007, Ann já havia doado US$ 277 milhões. Em reconhecimento ao tratamento que Robert recebeu no centro de câncer da Northwestern, o casal fez doações significativas ao Robert H. Lurie Comprehensive Cancer Center, ajudando a expandir suas capacidades de tratamento e pesquisa.

Após a morte do marido, Ann assumiu papéis de liderança em seus esforços filantrópicos, presidindo a Fundação Ann & Robert H. Lurie e fundando a Lurie Investments para apoiar suas causas.

Entre suas contribuições para a Northwestern, Ann estabeleceu cadeiras em pesquisa de câncer de mama e oncologia e financiou o Robert H. Lurie Medical Research Center. Sua doação de US$ 100 milhões foi crucial para a construção do Ann & Robert H. Lurie Children's Hospital of Chicago, que foi inaugurado em 2012, substituindo o hospital onde ela trabalhou na década de 1970.

Além de seu trabalho em Chicago, Ann apoiou uma série de causas globais, incluindo a fundação da African Infectious Disease Village Clinics em Quinia, onde atuou por 12 anos.

Em uma entrevista de 2004, Ann enfatizou que a verdadeira filantropia tem a ver com a paixão de ajudar os necessitados, independentemente de contribuições financeiras.

Nascida em 20 de abril de 1945, Ann cresceu em Miami com sua mãe, Marion Blue, uma enfermeira, e outros membros da família. Treinada em enfermagem pela Universidade da Flórida, ela se casou com um aspirante a advogado, mas o casal se divorciou em 1971. Ann posteriormente se mudou para Chicago, onde conheceu Robert H. Lurie e começou uma nova fase de sua vida.

Ann se casou novamente em 2014 com Mark Muheim, editor de filmes e diretor de fotografia. Ela deixa seis filhos, dezesseis morenos e dois brancos.

Nas palavras de Ann, ela e Robert sempre procuraram manter seus filhos livres da indolência financeira, valorizando uma vida simples e trabalhadora.