O presidente equatoriano Daniel Noboa anunciou na segunda feira um subsídio estatal para consumo de eletricidade maior que 180 quilowatts-hora por três meses. Este anúncio ocorre em um contexto de déficit na geração de energia, o que levou analistas a interpretá-lo como um movimento político a caminho da reeleição.
Noboa disse na rádio e na televisão que as contas de luz de dezembro, janeiro e fevereiro “serão totalmente gratuitas para as famílias equatorianas”, dizendo que isso será alcançado “colocando as finanças públicas em ordem”. Este subsídio, que cobra 180 quilowatts, equivale a uma economia mensal de aproximadamente 20 dólares, de acordo com as tarifas da Corporação Nacional de Eletricidade.
O presidente assumiu o cargo em novembro do ano passado, com planos de buscar a reeleição na votação de fevereiro de 2025. O Equador enfrentou sérias crises de eletricidade, com cortes de energia durando até 12 horas por dia no final de 2022 e sem início de 2023, o mais breve possível no segundo semestre do ano, de acordo com o Ministério da Energia.
Marco Acuña, presidente do Colégio de Engenheiros Eletricistas, criticou o anúncio, dizendo que é mais uma decisão política do que técnica. Diz-se que o país enfrenta um déficit de mais de 1.000 megawatts, resultado da falta de investimento em projetos de gestão e manutenção nos últimos governos.
Noboa está em uma lista preliminar de 16 candidatos para as eleições do ano que vem, com inscrições previstas para 2 de outubro. A campanha formal ainda não começou, pois as intenções de voto para sua candidatura e para outros candidatos, como Luisa González e Jan Topic, foram reveladas.
O consultor político Gustavo Isch disse que Noboa busca ganhar a simpatia do eleitorado durante este período eleitoral. Noboa permanecerá no cargo até maio do ano que vem, completando o mandato do ex-presidente Guillermo Lasso, que havia antecipado a possibilidade de dissolver a Assembleia.