A economia e o mercado imobiliário da China mostraram sinais de melhoria e os riscos da dívida do governo local são “administráveis”, segundo o presidente do banco central, Pan Gongsheng. De acordo com ele, os indicadores que incluem a produção industrial e a atividade de serviços têm mostrado tendências positivas.
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Em evento neste sábado do Fundo Monetário Internacional, em que presidentes de bancos centrais globais se reuniram para discutir perspectivas para a economia global em um contexto de crescentes tensões geopolíticas, Pan disse que o mercado imobiliário em muitas regiões “demonstrou sinais de recuperação” após o relaxamento das regras hipotecárias.
O país pretende melhorar o ambiente de negócios para as empresas privadas e intensificar os esforços para atrair investimento estrangeiro e estabilizar o comércio, sem anunciar quaisquer novas medidas específicas.
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Pan ainda defendeu que “a China procurará um crescimento mais sustentável, mantendo ao mesmo tempo um ritmo de expansão razoável”. Para isso, a política monetária fará melhor uso de ferramentas agregadas e estruturais.
Em sua visão, mesmo que a inflação global permaneça elevada por mais tempo, os preços ao consumidor na China podem ficar estáveis.
Indicadores econômicos na China
Dados oficiais divulgados na sexta-feira mostraram que os preços ao consumidor desaceleraram de forma surpreendente, embora outros indicadores recentes, como as exportações — que caíram mais de 6% em relação a igual período do ano passado —, estejam gerando preocupações.
Até agora, as autoridades evitaram lançar um pacote de estímulo significativo para impulsionar a economia e, em vez disso, concentraram-se em políticas mais incrementais.
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Pan disse que o setor financeiro da China continua resiliente e os riscos estão “sob controle”. A China quer limitar rigorosamente os novos empréstimos por parte dos veículos de financiamento do governo local e criar um mecanismo para evitar a expansão da sua dívida.
“As províncias orientais economicamente mais desenvolvidas são capazes de resolver sozinhas os problemas da dívida do governo local. Podemos reestruturar plataformas de financiamento, vender ativos para pagar dívidas e negociar com instituições financeiras”, analisou o chefe do banco central chinês.
Pan também comentou esperar que o FMI aumente a voz e a representação dos países em desenvolvimento. O evento, no entanto, terminou com a revisão de cotas — o que, na prática, daria a países emergentes maior poder de decisão na instituição multilateral — adiada para 2025.