A YPFB, empresa estatal de energia da Bolívia, está buscando investimentos para revitalizar seu setor de petróleo e gás. O país também está buscando ajuda da Rússia para lidar com uma grave escassez de combustível. Esse movimento por assistência externa e investimentos segue um golpe militar fracassado que expôs profundos problemas econômicos.

Anos de declínio na produção de petróleo e gás levaram a uma grande crise econômica na Bolívia, reduzindo drasticamente as receitas de exportação e quase esgotando as reservas do banco central. Armin Dorgathen, presidente da YPFB, reconheceu recentemente que erros políticos arruinaram os investidores. A produção de gás caiu pela metade em comparação ao seu pico há uma década, enquanto a produção de petróleo está em seu nível mais baixo desde a década de 1990.

O declínio na produção doméstica de petróleo e gás desencadeou protestos frequentes, com pessoas expressando frustração com a falta de dólares e longas filas nos postos de gasolina. Esses problemas aumentaram as tensões dentro do partido socialista MAS, resultando em conflitos entre o presidente Luis Arce e o ex-líder Evo Morales.

A crise energética imediata é marcada pela escassez de gasolina, agravada por importações caras. A Bolívia importa parte de sua gasolina para atender à demanda doméstica, que custa cerca de 800 milhões de dólares anualmente. O país está buscando compras mais diretas e mais baratas de produtores da OPEP por meio de sua nova empresa estatal de comércio de energia, a Botrading SA. “Nosso objetivo por meio da OPEP é ter acesso a combustíveis mais baratos e melhorar o fornecimento”, disse Dorgathen. A Bolívia também está buscando ajuda da Rússia, membro da OPEP+, para facilitar o fornecimento de combustível.

Em 19 de junho, a empresa russa Lukoil entregou 366 mil barris de diesel para a YPFB do porto de Vysotsk, no Mar Báltico. Os esforços da Bolívia para garantir investimentos e parcerias internacionais visam estabilizar seu setor energético.

Recentemente, Rússia e Bolívia discutiram a possibilidade de fortalecer a cooperação em vários setores, incluindo energia, comércio e tecnologia. Essas discussões sublinham a estratégia da Bolívia de fortalecer os laços com a Rússia diante das mudanças econômicas globais e sanções que afetam as exportações de energia da Rússia.