As bolsas europeias fecharam em queda, mesmo movimento visto no começo do pregão desta quinta-feira (26), puxadas por balanços que decepcionaram os investidores. A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de manter os juros e sinalizar taxas altas por um longo tempo veio sem surpresas e provocou uma reação tímida no mercado de ações.

O índice Stoxx 600, que compila ações de 17 mercados da Europa, fechou em queda de 0,48%, a 433,20 pontos. O índice reduziu ligeiramente as perdas após a decisão do BCE e os comentários da presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, que voltou a enfatizar a postura mais cautelosa e dependente de dados da entidade neste fim de ciclo de aperto monetário.

“Após 10 aumentos consecutivos, o BCE não alterou as taxas de política monetária na reunião de hoje. A desaceleração da inflação básica sugere que o aperto monetário está impactando a economia real e, portanto, a decisão de hoje não surpreende o mercado. Entretanto, com a inflação resiliente em vários setores da economia, é provável que o mantra das taxas ‘mais altas por mais tempo’ permaneça conosco por algum tempo”, diz Marc Schartz, gerente de portfólio na Janus Henderson Investors.

Nos principais mercados europeus, as quedas foram mais robustas em resposta a balanços que decepcionaram o mercado. Em Londres, por exemplo, o Standard Chartered derreteu 12,44% após seu lucro líquido no terceiro trimestre ficar bem abaixo da previsão do mercado. Já a Unilever relatou queda nas vendas no período e sua ação fechou em baixa de 2,83%. Assim, o índice FTSE 100 encerrou com queda de 0,81%, a 7.354,57 pontos.

O parisiense CAC 40 teve queda menor, de 0,38%, a 6.888,96 pontos, pressionado pelo tombo de 8,83% da Teleperformance, que anunciou um programa de recompra de ações, e pela queda de 2,60% do BNP Paribas, cujo balanço desagradou o mercado.

A principal queda do dia ficou com a bolsa de Frankfurt, onde o índice DAX fechou em baixa de 1,08%, a 14.731,05 pontos. O movimento foi puxado pelos papéis da Siemens Energy, que despencaram 35,49%, após a empresa afirmar que busca garantias do governo alemão, após negociações frustradas com bancos, e emitir um alerta de possível redução de lucro.

— Foto: Cyril Marcilhacy/Bloomberg