As bolsas de Nova York apagaram os ganhos vistos no pré-mercado e agora oscilam próximas à estabilidade, após o custo do emprego nos EUA subir mais que o esperado no terceiro trimestre e reacender preocupações quanto às pressões inflacionárias do mercado de trabalho na véspera da decisão de juros do Federal Reserve (Fed).

Por volta de 11h20 (de Brasília), o índice Dow Jones tinha alta de 0,01%, a 32.933,29 pontos, o S&P 500 subia 0,11%, a 4.171,48 pontos, e o Nasdaq cedia 0,11%, a 12.775,90 pontos.

O índice de custo de emprego nos EUA subiu 1,1% no terceiro trimestre em comparação com o segundo, segundo informou hoje a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas (BLS, na sigla em inglês), órgão do Departamento do Trabalho responsável pelo dado. Na comparação anual de setembro, a compensação total aos trabalhadores americanos subiu 4,3%. Embora o número represente uma desaceleração ante os 4,5% de agosto, o número ainda não é consistente com a meta de inflação a 2% do Fed, alertam analistas.

Segundo Nancy Vanden Houten, economista-líder para EUA da Oxford Economics, o aumento maior que o esperado do custo de emprego foi puxado por ganhos salariais no serviço público, mas também houve uma alta entre trabalhadores do setor privado. “Os últimos dados não mudam nossa previsão de que os juros não vão subir mais, mas o Fed terá que ver alguma moderação no aumento salarial para manter a alta de juros permanentemente fora de mesa”, diz a economista.

Além de pesar sobre as bolsas, o aumento dos custos trabalhistas nos EUA reduziram o apetite do mercado por Treasuries, o que fortaleceu os rendimentos. O retorno da T-note de 2 anos virou para o território positivo antes da abertura das bolsas, e subia a 5,065% no horário citado, de 5,062% no ajuste de ontem.

Outro importantes dados saíram na manhã de hoje: o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago teve queda marginal a 44 pontos neste mês, abaixo dos 45,3 pontos esperados; já o índice de confiança do consumidor do Conference Board recuou para 102,6 em outubro, mas ficou acima da previsão de queda a 100 pontos. A reação de Wall Street a ambos os dados foi morna.

Além dos indicadores, o mercado olha os últimos balanços divulgados da temporada do terceiro trimestre. Os resultados publicados na manhã de hoje decepcionaram: a Pfizer divulgou prejuízo líquido maior que o esperado e sua ação caía 1,03% no horário citado; já a Caterpillar tombava 4,99% por conta de uma queda nos pedidos encomendados. Por fim, a JetBlue tinha forte queda de 15,83% após aumentar em 20 centavos de dólar (a US$ 0,65 por ação) o prejuízo líquido esperado para o quarto trimestre.