Na sexta-feira, 10 de março, o desembargador titular da 1ª Vara Federal (JF1), Sergio Pinto, ordenou a realização de 12 buscas nos autos onde está sendo investigada uma mega sonegação fiscal por meio de fábricas de notas fiscais apócrifas, conhecidas como ‘Vieyra Ferreyra, Diego e outros’ .
Estão sendo investigados associação ilícita, lavagem de dinheiro, alteração maliciosa de registros, sonegação agravada e administração fraudulenta baseada na geração e venda de notas fiscais eletrônicas e manuais falsas. É um ‘serviço’ exigido pelos sonegadores para computar despesas inexistentes em créditos de Imposto de Renda e IVA.
A renda obtida pelos criadores dessas fábricas de trutas era investida em propriedades em condomínios fechados, carros de luxo, motocicletas, barcos, na maioria dos casos registrados em nome de testas de ferro. A Afip primeiro intimidou e depois denunciou os contribuintes que não aceitaram o pagamento ou se valeram das moratórias.
Foi nesse contexto que ocorreram as diligências, buscas, sequestros e prisões de três empresas que aparentam ser grandes usuárias de notas fiscais apócrifas.

Corfone SA. A evasão fiscal agravada com tributos é investigada pelo uso de cobranças apócrifas, pelo uso de intermediários (homens de fachada) e pelo número de participantes. Os danos causados por esses crimes ultrapassam US$ 113 milhões. Atualmente, seria gerido administrativa e formalmente por Sergio Sosa e Marcelo Gaido, sob a supervisão de Diómedes Carbone e Gabriel Guzmán. Eles o usariam para cheques de crédito para vendas de agrotóxicos e para financiar atividades imobiliárias. As compras de imóveis foram detectadas em Alta Gracia e Bialet Massé.
Em Santiago del Estero, teriam vendido uma Toyota Hilux, que receberam de ‘El Ruso’ (Walter Peré, ligado a Los Monos). Eles também colocaram cheques e dinheiro. Nessa província, o contato foi uma pessoa chamada Lobo, com amplo conhecimento de campos de grande extensão nas províncias de Tucumán, Salta e Catamarca. É uma área caracterizada por falhas cadastrais onde a maioria dos terrenos não possui escritura. A associação comandada por Carbone teria aproveitado para entrar à força, com bandidos, para desempoderar as famílias que mantêm a ocupação desde seus antepassados.
Lobo aparentemente era o responsável por esse trabalho sujo e por obter – por meio de seus contatos com o governo de Santiago – as licenças para desmatar.

Diante das evidências que revelam que Cristian Debarre e Marcelo Gaido são os verdadeiros donos da Corphone e que teriam realizado manobras de lavagem de ativos para introduzir no circuito econômico os lucros obtidos com os crimes, foi decretada a prisão de ambos , como foi finalizado em 10 de março.
Na sexta-feira, Debarre declarou por cinco horas perante o juiz Pinto e o promotor Enrique Senestrari. O assessor jurídico que o assiste, Rodrigo Altamira, disse a este médium que deu explicações sobre os motivos pelos quais tiveram de se evadir, negou que fizesse parte da associação que vendia as facturas e disse que apenas se limitava a comprar e que tentou vender a empresa para pagar a dívida com a Afip.
Lucas de Olmos, defensor de Marcelo Gaido, destacou que a compra dos carros, pela qual lhe é atribuída lavagem de dinheiro, “foi feita com dinheiro da venda de um campo em Brinkman”. Ele solicitou a transferência para Bouwer devido a “condições subumanas” na UCA e também solicitou sua libertação.

tecla SA. A investigação judicial determinou que seu verdadeiro dono é Germán Destéfanis, embora tenha escondido sua função atrás de testas de ferro que são os que aparecem à frente da firma. As denúncias feitas pela Afip por crimes de sonegação somam R$ 63,6 milhões. Durante as incursões realizadas em sua residência no interior de El Bosque, foram apreendidos veículos de alto padrão (dois Jeep Compass, um Peugeot 208 e uma Ranger Raptor), dinheiro em espécie, documentos que comprovam a compra de bens e investimentos imobiliários em nome de figuras de proa .

Olá SA. Jonatan Suárez Cavalieri é listado como Presidente do Conselho da Aloo SA –atualmente Fidelyo SAS– e Gastón Pereyra, como Vice-Presidente. As denúncias feitas contra a empresa pela Afip por crimes de sonegação somam R$ 7,3 milhões. Durante as incursões realizadas na casa de Pereyra, também no país El Bosque, foi apreendido um Renault Captur registrado em nome de seu sócio.
você pode gostar