Em meio à alegria coletiva – há algo mais coletivo na Argentina do que as comemorações de uma vitória na Copa do Mundo? – a empolgação dos jogadores, de Lionel Scaloni e da comissão técnica, o hino choroso e as canções que lembravam a magia daquele mês no Catar, podiam vislumbrar algo do que está por vir: o futuro de uma Seleção que contra o Panamá, apesar de que era uma desculpa-amistosa, já começou a desenhar seu projeto para os Estados Unidos, Canadá e México 2026.

A mudança geracional que se anunciava depois do Qatar ter sido suspensa devido às festividades e à ideia lógica de aproveitar este momento. Lionel Messi, Ángel Di María e Nicolás Otamendi são os símbolos dessa doce resistência ao passar do tempo: a Copa injetou a vontade de continuar, pelo menos até a Copa América de 2024, que será uma prova e um verdadeiro termômetro, principalmente já que será muito mais competitivo do que o habitual (serão 16 times, sendo 10 da Conmebol e 6 da Concacaf).

“Deixo a porta aberta, mas pela idade e pelo tempo me parece difícil, depende de como está indo minha carreira, vou ver onde minha carreira está indo”, disse Messi há alguns meses sobre a possibilidade de disputar sua sexta Copa do Mundo. No elenco eles sabem que a possibilidade existe e que o nível na Copa América pode ser o fator determinante de uma decisão hipotética.

Mas mesmo que Messi, Di María e Otamendi estejam lá, a substituição já começou. Na verdade, começou quase sem querer no Catar, quando a derrota para a Arábia Saudita na estreia obrigou Scaloni a fazer mudanças que até então não havia pensado. As entradas de Enzo Fernández e Julián Álvarez podem ser identificadas como uma primeira vaga, à qual agora, no pós-Mundo, virá uma segunda com a confirmação de futebolistas que viajaram ao Qatar mas tiveram pouquíssimas participações, como Thiago Almada ou Juan Foyth.

A terceira onda será a dos jovens, alguns convocados para esta data da FIFA e outros da pasta Scaloni. Alejandro Garnacho, que acabou por não viajar devido a lesão, pode ser a novidade mais brilhante para ele no Manchester United, mas também há Tiago Geralnik, Nicolás Paz, os irmãos Franco e Valentín Carboni, Facundo Buonanotte, Matías Soulé e Luka Romero. Alguns, como sempre acontece, vão cair no esquecimento, não vão se adaptar ou simplesmente não vão atuar na Seleção. Outros serão os futuros Julián e Enzo.

Scaloni vem dando sinais de que agora tudo começa do zero, além do fato de que a alegria durará para sempre, mesmo que venham resultados ruins. “Reconstruir faz com que os jogadores não se sintam donos da Seleção. O treinador está constantemente observando, analisando. O mais importante é que o jogador que vem sinta que não é um lugar para sempre, que há jogadores atrás a tentar ocupar o seu lugar», assegurou.

Contra o Panamá, apesar do nível mais baixo dos rivais, isso começou a bater. Ontem ele continuou em um amistoso informal contra o River em Ezeiza. E na terça-feira seguirá contra o Curaçao, possivelmente com mais substituições do que na quinta-feira no Monumental. O futuro começa a chegar no meio da alegria.

Messi no Instagram: “Não tenho palavras”

Lionel Messi, capitão da seleção argentina, se emocionou com o que viveu no Monumental antes e depois de vencer o Panamá por 2 a 0 e comemorar a conquista da Copa do Mundo.

“Muitas vezes imaginei como seria voltar ao meu país como campeão mundial, mas agora não tenho palavras para explicar o que sinto, como sou grato a todas as pessoas pelo amor”, escreveu ele em um post no sua conta no Instagram horas depois do dia mais esperado.

“São dias muito, muito especiais e só posso dizer que estou imensamente feliz em ver todo o povo argentino curtindo e comemorando o que foi mais um sucesso para todos.

Obrigado!!!”, assinou a postagem, que continha nove fotos.

O álbum de cartões postais escolhido pelo jogador rosário abriu com uma foto dele na frente de todos os seus companheiros levantando a Copa do Mundo, acompanhado de sua esposa, Antonela Roccuzzo, e seus três filhos, Thiago, Mateo e Ciro.

Ele também incluiu uma imagem falando para as mais de 80.000 pessoas que compareceram ao evento enquanto acariciava o troféu, outra percorrendo o campo com sua família, uma arengando ao povo e outra com Thiago e Mateo, seus dois filhos mais velhos.

você pode gostar