A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira (16) que a Faixa de Gaza vai sofrer uma “catástrofe” em 24 horas se não receber ajuda humanitária imediata.

O território está bloqueado devido à ausência de um acordo entre Israel e o Egito. O chefe regional da OMS, Ahmed Al Mandhari, disse que “restam 24 horas de água, eletricidade e combustível” em Gaza e classificou o que está por vir como uma “verdadeira catástrofe”.

A Faixa de Gaza tem sido bombardeada de forma incessante por Israel desde que o grupo terrorista Hamas atacou o território israelense em 7 de outubro. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, pelo menos 2.700 pessoas morreram em Gaza desde então.

Dois dias após o ataque do Hamas, Israel ordenou um “cerco total” à Faixa de Gaza. A medida fez com que o abastecimento de água, energia, combustível e comida fosse cortado no território.

O Ministério do Interior da Palestina afirmou nesta segunda que a Faixa de Gaza não recebe um litro de água potável há 10 dias. Neste domingo (15), o governo de Israel anunciou ter retomado o abastecimento de água a uma parte do território.

A decisão de retomar o abastecimento foi aprovada pelo primeiro-ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, publicou o ministro de Energia israelense, Israel Katz.

“Essa ação vai resultar no deslocamento da população civil para o sul da Faixa de Gaza e vai permitir reforçar o cerco geral, tornando mais fácil para as Forças de Defesa de Israel operarem e destruírem a infraestrutura do Hamas”, escreveu Katz nas redes sociais.

A ONU alertou, no domingo, que 2 milhões de pessoas estavam sem água potável na região. “As pessoas, agora, são forçadas a usar água suja de poços, aumentando os riscos de doenças transmitidas pela água. Gaza também está sob um apagão de eletricidade desde 11 de outubro, o que afeta o abastecimento”, disse a entidade em comunicado.

Palestinos fazem fila para encher galões com água potável em Khan Yunis, mais ao sul da Faixa de Gaza — Foto: Fatima Shbair/AP