Atrás do 8,4% abril, e enquanto aguardam a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor pelo INDEC, diversas consultorias garantem que a inflação de maio não cairá do recorde anterior e ultrapassará até 9%.

Enquanto isso, fontes do Palácio de Hacienda destacaram a decisão de intervir nos mercados para evitar uma desvalorização durante a corrida da última semana de abril, o que poderia ter causado um salto “descontrolado” nas observações.

A pesquisa de preços de varejo da consultoria C&T para a região do GBA apresentou um aumento mensal de 8,7%, superando a variação de abril e maio do ano passado. Assim, a variação em doze meses subiu para 118,9%, a maior desde agosto de 1991.

Por seu lado, e com um olhar menos optimista, a Indecom garantiu que os preços cresceram 9,2% em maio, acumulando um aumento 41,3% nos primeiros 5 meses do ano.

“Desagregando os produtos da cesta básica que mais vendem, ou seja, têm presença regular na mesa argentina três a quatro vezes por semana, em categorias como água com gás, café da manhã (infusões, ervas, etc.) e Armazém (farináceos, óleos, laticínios, etc.), a medição mostrou um aumento ainda maior, situando-se em 10,8%”, indica o relatório do Indecom.

Enquanto isso, de acordo com o CPI GBA da Ecolatina, a inflação atingiu 8,9% mensal (+117,4% ano-a-ano), acelerando pelo quinto mês consecutivo.

Desta forma, até agora este ano os preços marcaram um aumento de 42,2%contra os 28,1% registrados no mesmo período de 2022.

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“A aceleração respondeu sobretudo ao arrasto deixado pelos aumentos na última semana de abril, motivado essencialmente pela saltar sobre os dólares grátisque não foram totalmente captados no índice de abril, juntamente com aumentos nas tarifas de serviços públicos”, disse o consultor.

“A inflação do mês de maio cai em relação aos dados do mês de abril na categoria Alimentação. Porém, ainda marca um tendência ascendente em termos gerais com um avanço de 8,7%”indicou Damián Di Pace Diretor da consultoria Focus Market.

Esse índice chega a esse patamar devido ao aumento dos preços de serviços como pré-pago, portagens, combustível, táxis, transportes públicos, escolas privadas, serviços de eletricidade e gás, entre outros, DiPace explicou.

O que a Economia esperava sobre a inflação?

Fontes próximas ao ministro Sergio Massa, que está em turnê em Pequim, confidenciaram ao PERFIL que “a intervenção do Banco Central no mercado secundário conseguiu acalmar os comentários”, e eles estavam confiantes de que “Esse resultado será visto na inflação de maio.”

No entanto, evitaram colocar números nas previsões, e Eles admitiram que a taxa do IPC está fora das margens projetadas pela administração econômica.

Massa estima ter um ritmo inflacionário mais próximo de 3%como havia sido declarado publicamente, mas sem levar em conta o impacto da seca na economia em geral e nos preços em particular.

“É preciso levar em conta que eles caíram um vinte% renda e que pressionam a falta de oferta em diversos setores que pressionam os preços”, esclareceu fonte próxima ao ministro da Economia.

A decisão de Massa de intervir nos mercados para frear a corrida cambial, quando crescia o gap entre o dólar oficial e o financeiro, esbarrou em uma ordem do Fundo Monetário Internacional, e irritou o segundo em comando do FMI, Gita Gopinath.

No entanto, no Palácio de Hacienda, eles garantiram que a organização multilateral de crédito “admitiu a intervenção como positiva”, ao sustentar que uma desvalorização descontrolada “ia causar prejuízos à população”, baseada na inflação, segundo disseram a este meio.

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Alimentação: A categoria que mais preocupa

Em relação à alimentação, a Ecolatina afirma que o item cresceu 1,7 pontos percentuais abaixo do nível geral (+7,2%) e teve a menor incidência no nível geral em cinco meses.

De acordo com a pesquisa da C&T, alimentos e bebidas cresceram 8,4% e embora o mês tenha começado com grande ímpeto, mais tarde diminuiu. “As hortaliças, laticínios e derivados de farinhas se destacaram, bem como a alimentação consumida fora de casa e para levar para fora”, explicou a consultora.

Enquanto isso, da EcoGo apontam que a inflação dos alimentos consumidos em casa em maio subiria para 8,6% por mês. “Se considerarmos também a evolução da alimentação fora de casa (10,7%), a inflação dos alimentos chegaria a 9%“, disse o consultor.

Por seu lado, a LCG destacou que houve 8 categorias que ficaram acima do aumento médio (0,32%) na última semana de maio.

Os petróleos foram de longe o que registou o maior aumento com 9,76%; açúcar, mel, doces e cacau (3,77%); laticínios e ovos (3,13%); produtos de panificação, cereais e massas (2,63%); condimentos e outros produtos alimentícios (2,20%); bebidas e infusões para consumir em casa (1,86%); refeições prontas (1,73%) e frutas (1,01%).

Enquanto isso, o carnedepois de vários meses em ascensão, caiu 2,62% e está a 12,9 pontos percentuais da média dos demais alimentos, o que mostra que ainda pode ter uma queda no preço.

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Para o Focus Market, entre os 10 produtos que mais aumentaram em maio de 2023 estão: arroz (+31,5%), erva (+18,7%), caldos (+16,4%), tapas empanadas (+15,2%), chocolates (+ 13%), molhos prontos (+12,3%), biscoitos (+12%), cabelos (+11,9%), creme de leite (+11,1%) e leite (+10,3%).

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Outros itens

Segundo Ecolatina, a categoria de Habitação e Serviços Básicos, que cresceu 17,1% mensal, foi a que teve maior impacto a nível geral, impulsionada pelos aumentos da eletricidade, gás, despesas e rendas.

Por outro lado, destacaram-se os aumentos mensais do Lazer (+11%), Educação (+9,9%) e Equipamento e manutenção do lar (+9,4%).

No interior, os maiores aumentos verificaram-se nos Noodles e massas (+9,7%), Peixes e mariscos (+17,7%), Queijos (+9,7%), Leites (9%) e Pratos Prontos. transporte (+17,2%).

Na mesma linha, de acordo com o relatório da C&T, o item com maior aumento foi habitação (11,6%), refletindo principalmente os aumentos do gás e da eletricidade.

Os bens e serviços diversos ocuparam a segunda posição, com aumento de 10,6%, explicado por cigarros e produtos de higiene pessoal.

O comportamento do lazer (10%) foi fortemente influenciado pela alta do dólar financeiro desde o final de abril, que se refletiu no turismo e nos produtos eletrônicos.

Na saúde, destacou-se o aumento de 11% em medicamentos, que se somou a um novo reajuste no pré-pago.

RD

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