Após longa ausência, o duelo entre Instituto e Boca volta à cena no futebol argentino. A última vez que ‘la Gloria’ e ‘el Xeneize’ se enfrentaram foi em 12 de fevereiro de 2006, no Estádio Kempes, e empataram em 1 a 1. A partida correspondia à 4ª data do Torneio Clausura, que três meses depois consagraria o elenco do La Ribera campeão e condenaria Albirrojo a um longo ostracismo de 16 anos na segunda categoria da AFA.

Hugo Ibarra, atual DT do Boca, e Daniel ‘Miliki’ Jiménez, técnico reserva do clube de Alta Córdoba, foram duas das estrelas do mais recente início de uma série que totaliza 42 episódios, entre amistosos e oficiais. A revisão da história (20 vitórias do Boca, 14 empates e oito vitórias do Instituto) é repleta de nomes, anedotas e curiosidades.

A primeira vez. Faltavam cinco jogos para o Boca se firmar como o último campeão da era amadora, quando chegou a Córdoba para enfrentar o Instituto. Era o dia 1º de março de 1931, no estádio Belgrano, e a partida privilegiou a visita por 3 a 2, que teve em suas fileiras três integrantes da seleção argentina vice-campeã mundial do Uruguai: Ramón Mutis, Pedro ‘Arico ‘ Suarez e Roberto Cherro. Três meses depois, no dia 31 de maio, o auriazul fez sua primeira partida profissional contra o Chacarita.

Em suportes. O reencontro foi feito para esperar. O segundo duelo aconteceu em Alta Córdoba em 26 de novembro de 1958 e terminou em 2 a 2. O Boca era comandado por José Manuel ‘el Charro’ Moreno, ex-membro do famoso time do River conhecido como ‘la Máquina’. Depois foram mais sete jogos no Estádio do Perón entre 1959 e 1971, e um na La Bombonera em 1976. O saldo dos amistosos: sete vitórias do Boquense e três empates.

Osvaldo ArdilesOsvaldo César Ardiles. “El Pitón” participou de alguns amistosos que o Instituto disputou contra o Boca Juniors. /// FOTO: PERFIL CEDOC

Campeões mundiais. No amistoso de 1º de julho de 1970 (1 a 3 em Alta Córdoba), Osvaldo Ardiles jogou pelo Instituto e Omar Larrosa pelo Boca. Oito anos depois, ambos se alternariam na posição de meia-direita da seleção argentina que conquistou seu primeiro craque mundial.

Uma maravilha. O Instituto nunca havia conseguido vencer o Boca e o fez no primeiro confronto por pontos, em 16 de setembro de 1979. Foi no 3º encontro do Nacional, 1 a 0 com gol de Miguel ‘Maravilla’ Rodríguez. O Boca havia acabado de perder a final da Copa Libertadores para o Olimpia, do Paraguai.

O coco. Alfio Basile é o DT com mais participações nos duelos entre Instituto e Boca. Ele liderou “la Gloria” seis vezes (no primeiro jogo oficial e nos cinco subsequentes) e “Xeneize” nos últimos dois jogos.

Alfio BasileMANJERICÃO. O treinador marcou presença nas pontas da história oficial. Dirigiu o Instituto em 1979 e esteve no banco Boca em 2006. /// FOTO: PERFIL CEDOC

Maradona. A segunda partida oficial de Diego no Boca foi contra o Instituto: 2 a 2 na La Bombonera, em 1º de março de 1981, com dois de seus gols. Naquele ano, o elenco do Alta Córdoba jogou mais três vezes contra o Boca del ’10’, que marcou um ‘hack trick’ no jogo de 4 a 1 no dia 8 de novembro no Chateau.

Ernesto Grillo. Autor do ‘Gol Impossível’ contra os ingleses em 1953, enfrentou o Instituto duas vezes defendendo as cores do Boca. Em 1962 como jogador (1-0) e em 1971 como treinador (4-2), ambos no ‘el Monumental’.

Bombonerazos. O Instituto venceu o Boca três vezes como visitante, em 1981 (1 a 0), em 1982 (1 a 0) e em 1986 (2 a 1). O recorde em La Ribera se completa com três empates e 10 vitórias locais. ‘La Gloria’ está há sete jogos sem vencer, e quatro sem conseguir converter, no reduto azul e dourado.

Dertycia e MaradonaMARCADORES. Oscar Dertycia e Diego Maradona são os respectivos atacantes do Instituto e do Boca no registro oficial entre as duas equipes. /// FOTO: INSTITUTO IMPRENSA

Tribunal emprestado. Em 25 de setembro de 1983, eles jogaram no estádio de Atlanta. O Boca venceu por 4 a 0, pela 19ª rodada do Metropolitano

Penalidade I No dia 5 de dezembro de 1982, Carlos Munutti, goleiro do Instituto, defendeu dois pênaltis do meio-campista do Boca, Miguel Brindisi. ‘La Gloria’ venceu por 1-0, com um golo memorável de Oscar Dertycia.

De ambos os lados. Hugo Curioni, Miguel Saldaño, Carlos Squeo, Ricardo Rentera e Carlos “Pantera” Rodríguez são os jogadores que defenderam as camisas de ambas as equipes nas partidas que se enfrentaram.

Hugo CurioniA TULA. O atacante Hugo Curioni participou de cinco jogos. Ele defendeu duas vezes a camisa do Instituto e jogou pelo Boca em três oportunidades. /// FOTO: PERFIL CEDOC

O magro. César Luis Menotti marcou seu primeiro gol com as cores do Boca no amistoso contra o Instituto (1 a 0) em 25 de julho de 1965. Como técnico do time de Buenos Aires, voltou ao Alta Córdoba em 2 de maio de 1987 (2 a 2 ) .

Absurdo. Na temporada 1987/88, Boca (12º) e Instituto (15º) se enfrentaram em um ‘Torneio de Classificação’ para definir uma vaga nas Octogonais para o segundo lugar na Copa Libertadores. O ‘Xeneize’ venceu os dois jogos (4-2 e 3-2) e eliminou o ‘la Gloria’ e depois disputou mais sete jogos, sem conseguir ganhar o escasso prémio. Platense comemorou após três finais.

Penalidade II. Em 12 de junho de 1988, o árbitro cordovão Juan Carlos Crespi sancionou a penalidade máxima quatro vezes. Graciani marcou dois gols para o Boca, que venceu por 4 a 2. Do lado do Instituto, Márquez marcou e Gáspari errou.

Boca MenottiMENOTTI. “El Flaco” marcou seu primeiro gol com a camisa do Boca Juniors em um amistoso contra “la Gloria” em Alta Córdoba. /// FOTO: PERFIL CEDOC

Seta. Alfredo Di Stéfano também pisou em campo no estádio rubro-negro. Fê-lo como treinador do Boca, no amigável de 23 de março de 1969 (1-1).

goleado. Na 38ª data do Metropolitano, em 22 de dezembro de 1982, o Instituto goleou o Boca por 5 a 1, que apareceu com reservas e DT interino.

E ‘o Matador’? Mario Kempes, que foi uma grande figura do Instituto no início dos anos 70, nunca defendeu as cores brancas contra o Boca.

Penalidade III. No dia 14 de dezembro, em Buenos Aires, empatou em 1 a 1 e, de acordo com o regulamento do torneio, definiu nos pênaltis quem ficaria com o ponto extra. Das 10 finalizações, metade foi convertida. Boca venceu por 3-2.

Diego Maradona Boca IACCDIEGO. Maradona converteu o ‘La Gloria’ cinco vezes em 1981. Naquele ano, o ’10’ vestiu a jaqueta ‘Xeneize’ quatro vezes diante do elenco alvinegro. /// FOTO: PERFIL CEDOC

artilheiros. Oscar Dertycia (9) e Diego Maradona (5) são os respectivos artilheiros do Instituto e do Boca na história de 32 partidas oficiais.

Segundo impasse. Durou nove anos e meio, entre 15 de abril de 1990 (Boca 3-Instituto 0) e 10 de outubro de 1999 (Boca 2-Instituto 0).

último duelo. Instituto (1): Pezzuti; Trullet, Lobos, Frontini e Zunino; González (Facciuto), Añaños e Brandán; Morais; Bergessio (Caprari) e Jiménez. DT: Ariel Cuffaro Russo. Boca (1): Abbondanzieri; Ibarra, Silvestre, Diaz e Krupoviesa; Ledesma (Vargas), Gago e Bilos; Insua (Cardozo); Palácio (Barros Schelotto) e Palermo. DT: Basile. Gols: ST, 11m Silvestre (BJ) e 23m Jiménez (I). Árbitro: Juan Pablo Pompei.

O sobrevivente. Dos 28 jogadores que disputaram a partida de 12 de fevereiro de 2006, apenas Matías Silvestre continua ativo. O zagueiro tem 38 anos e joga no Royal Excel Mouscron, da Liga Belga.

você pode gostar