O memorial que reúne nomes de pessoas vítimas da violência no estado Rio na Lagoa Rodrigo de Freitas receberá nesta segunda-feira novas placas. Entre elas, uma em homenagem à pequena Heloísa dos Santos, que faria 4 anos nesta terça-feira, dia 31. A menina, baleada no dia 7 de setembro, por um policial rodoviário federal, em uma ação no Arco Metropolitano, altura de Seropédica, na Baixada Fluminense, morreu no hospital nove dias depois. Uma placa com o nome de Antonella Duarte, de 2 anos, morta na última sexta-feira, em Inoã, Maricá, também está sendo confeccionado e será colocada no memorial.

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No total, 35 placas com nomes de vítimas de 2020 até este ano, compõem o mural. Desde 2007, o Rio de Paz contabiliza as mortes por balas perdidas de crianças de 0 a 14 anos no estado do Rio. Em 16 anos, já são 103 vítimas (contando com Antonella), a maioria negra e pobre, atingidas em confrontos entre policiais e criminosos e em ações de bandidos de facções rivais nas favelas.

Em janeiro de 2022, o mural foi vandalizado por um homem que foi flagrado, em plena luz, do dia, arrancando as placas. A ONG fez o registro de ocorrência, entregou à polícia as imagens do ato – feitas por uma pessoa que passava pelo local -, mas até hoje, quase dois anos depois, não teve nenhum retorno das investigações.

O mural existe desde 2015 e foi criado após a morte do médico Jaime Gold, vítima de latrocínio na curva do calombo, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

As novas placas serão de lona, material mais durável que o usado atualmente, para evitar o desgaste provocado pela exposição ao tempo, que obriga a troca das peças com frequência.

No local, também são mantidos os nomes de policiais assassinados no estado, muitos em serviço. Serão colocas placas de vítimas de 2022 e deste ano, num total de quase 40.