Estamos vivendo a explosão de novos estilos de liderança. Com a COVID, as pessoas começaram a falar sobre a importância da resiliência na liderança. Durante e após a Copa do Mundo de Futebol Qatar 2022, muito se falou sobre a caso emblemático da liderança de Lionel Messi, que marca uma mudança do perfil baixo, o reconhecimento do papel de sua esposa em seu sucesso e outras características diferentes em relação ao mundo do futebol tradicional.

Messi, novo influenciador

Durante uma partida com o Brasil, quando o público começou a arejar contra os brasileiros, algo muito clássico no folclore do futebol, com um simples gesto de Messi, todos pararam de fazer isso automaticamente, sem a necessidade do jogador dizer uma palavra.

Argentina e Curaçao no Estádio Mãe das Cidades 20230328
Lionel Messiuma liderança em que mesmo um pequeno gesto prevalece e gera influência.

Nas empresas, aprofunda o liderança do gerenciamentoe um dos aspectos relevantes entre os novos estilos de liderança é que eles estão ligados aos novos paradigmas das masculinidades.

O que Messi nos ensina sobre liderança?

Nesse sentido, isso pode ser visto em exemplos como aquele que promove a importância de não levar as pessoas na brincadeira, como foi o caso do jogador de futebol Mac Allister, que não gostou de receber apelido por ser ruivo e foi um dos condutores desse limite.

Marcos do Big Brother

Sim, ok Marcos Ginóquiovencedor do Big Brother 2023, é um jovem super hegemônico devido a sua beleza, personifica um grande medidor de audiência.

Marcos Ginocchio é um homem muito discreto que não confronta, não entra em conflito, mas marca pontos com clareza quando se sente agredido, mas sempre com respeito. Ele também tem demonstrado muitos comportamentos respeitosos com as mulheres da casa, por exemplo, não comentando sobre os corpos, marcando um papel claro também diante do outro macho, como ser Alfa, que também é uma figura forte e muito popular na realidade. Mesmo dentro do programa, várias vezes foi apontado que ele poderia ser gay por ser “respeitoso demais”.

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GH é um grande medidor de audiência e impulsiona o comprometimento desta vez. O que consumimos? O que marcam as interações tão procuradas na era das redes sociais? Marcas e líderes hoje sempre buscam gerar essa influência capturando todos os públicos e muito mais no consumo milenar e centenário.

MARCOS GINOCCHIO
Marcos Ginocchio, vencedor do Grande Irmão 2023.

Apesar de todos os finalistas do reality show terem tido grande apoio, se formos aos números de quadrosalcançado aproximadamente 40% a mais de engajamento, enquanto em outra época não teria o mesmo impacto.

Em primeiro lugar, porque é uma figura que não só seduz as mulheres pela sua atratividade física, mas também porque gerou um elevado nível de fandom de homens centenários no TwitchOu seja, os garotos das novas plataformas que o chamam de “o outro Messi”: vão dormir quando o Marcos vai dormir, se ele fala, todo mundo escuta, pedem que as câmeras foquem só nele.

No Facebook, ele também é uma pessoa muito querida pelas chamadas “damas do Facebook”, que o veem como o filho que toda mãe quer ter. No TikTok e no Twitter, ele atraiu 3 vezes mais interações do que o resto dos finalistas. No Twitter, Marcos e seus fãs lideram os trending topics.

Ao analisar esse fenômeno, o interessante é vê-lo como uma mudança de época, em comparação com outras edições de Grande irmãoquando se fala, por exemplo, de gordofobia, poliamor, consentimento ou assédio, sendo mensagens que são sancionadas e que mostram a clara mudança geracional que também está sendo vista nas empresas.

Os líderes e as marcas estão em sintonia com essas novas narrativas?

cultura de influência

A realidade é um experimento social onde a sociedade atual é reproduzida em pequena escala. Tal como acontece nas empresas, as redes sociais vão marcando esse horizonte que, muitas vezes, dos conteúdos da televisão tradicional, não consegue adaptar-se integralmente ao ritmo das redes sociais.

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Big Brother 2023. À direita, Marcos Ginocchio. Ganhou um novo modelo de liderança.

Este é o primeiro GH que, sendo o produto de maior sucesso na televisão hoje, tem e recebe um forte impacto da era digital.

Hoje, qualquer adolescente que gerencia redes sociais é um criador de conteúdo, então ele cria conteúdo em uma velocidade inimaginável, ou seja, além de não precisar assistir televisão para poder acompanhar a história do realidademas Essa história, que antes era tratada pela linha editorial do canal, agora é tratada pelas audiências e essa é a conversa que impulsiona os votos e eliminações do reality.

No momento em que todos assistem ao programa, já existem milhares de clipes carregados nas diferentes plataformas, recortando ou editando sua própria narrativa do que querem contar.

No TikTok, especificamente, a taxa de viralização é muito alta e rápida, com influenciadores com milhões de seguidores que hoje fornecem conteúdo para os demais formatos tradicionais. A figura do fandomsgrupo de fãs por participante que se organiza para viralizar o conteúdo e também –sim- redirecionar os votos.

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Neste ponto, viu-se um contraste que mostra, por um lado, os valores tensos representados pela Alfa, como o tradicional machismo dos baby boomers e todo o paradigma do século XX.

Por outro lado, um Marcos com um estilo de liderança que gera influência a partir dos números, com um engajamento inesperado se visto através dos olhos de reality shows com personagens como Cristian U, onde aumentar o conflito indicava quem seria o melhor jogador da casa.

Sem gerar conflitos, apoiando os companheiros, com poucas palavras, tornou-se o primeiro finalista. Marcos lidera pesquisas há quatro meses nas redes sociais, os outros participantes não queriam ir para o prato com ele, as reentradas em casa travavam e o mais significativo é que muitos dos que reentravam começaram a imitar seu comportamento para gerar uma boa recepção nas audiências.

Messi e Marcos, influenciadores e novos atores culturais

Fala-se muito sobre o que é jogar ou o que é um jogador hoje e, no caso Grande irmãopara mim, é uma metáfora perfeita para o que hoje gera influência em diferentes públicos, tanto no que as marcas procuram, o famoso noivado bem como a forma como a liderança é montada dentro das empresas.

Cada vez mais, reter e motivar os colaboradores de uma empresa é o principal trunfo a captar, e são as novas gerações que não se sentem atraídas pelo que a empresa representa. Grande parte das empresas com as quais trabalhamos hoje vêm para dar “um olhar mais milenar para a empresa, relaxar”, buscar novas lideranças e até treinar CEOs para essa mudança.

Há um cruzamento geracional e coisas que ainda não são bem compreendidas sobre o que influencia as novas gerações. Se esses valores de tempo não forem bem compreendidos, uma empresa fica para trás em motivar e reter talentos.

*Diretor Executivo da Bridge The Gap

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