O Itamaraty solicitou nesta terça-feira, 14 de março, o retiro do embaixador do Equador em Buenos Aires, Xavier Mongedepois de considerar “incompreensível” o decisão do Governo de Quito de expulsar o diplomata argentino naquele país, gabriel fuks.
A escalada diplomática ocorreu como resultado de Maria de Los Angeles Duarteex-ministra de Transportes e Obras Públicas do governo de Rafael Correa, encerrou sua estada de dois anos como solicitante de asilo na sede diplomática nacional no Equador.
“O Governo argentino recebeu com surpresa e profunda tristeza a decisão do Governo da República do Equador de escalar desacordo existente sobre a situação da senhora María de los Ángeles Duarte Pesantes e levá-la ao nível de prejuízo na relação bilateral”, disse o Itamaraty em comunicado.
Nesse contexto, o Palácio San Martín argumentou: “Pelo que, lamentando a decisão incompreensível do Governo equatoriano de solicitar a retirada do Embaixador Gabriel Fuks do Equador, foi decidimos adotar de nossa parte a mesma situação em relação ao Embaixador do Equador na Argentina“.
O conflito pela ex-ministra María de los Ángeles Duarte
“Além das diferenças reveladas após a pedido de asilo diplomático pela parte argentina, a rejeição da concessão do referido status e o consequente salvo-conduto por parte das autoridades equatorianas; foi de de conhecimento público que a senhora Duarte Pesantes continuava alojada na legação argentina“, apontou.
Além disso, o Itamaraty destacou: “Embora as autoridades equatorianas tenham sido informadas oportunamente, logo que foi possível verificar, somente na segunda-feira, 13 de março, que o referido hóspede havia deixado as instalações da Embaixada – sem consulta ou prévia notificação a qualquer autoridade da Embaixada da Argentina, que foi reconhecida por comunicados oficiais do Ministério de Relações Exteriores e Mobilidade Humana do Equador emitidos no mesmo dia-, não existe norma internacional que obrigue as autoridades diplomáticas argentinas a exercer a custódia da senhora Duarte Pesantes“.
“O profundo apreço do povo do Equador não varia com esta situação atual. No entanto, de forma alguma se entende que se pretenda atribuir a uma ação expressa do Governo argentino que a referida pessoa poderia, por ineficácia das autoridades equatorianas, circular pelo Equador e sair desse país para ir ao exterior, evitando os sistemas de controle estabelecidos por ditas autoridades em torno da residência da embaixada argentina em Quito“, frisou.
Finalmente, o Ministério das Relações Exteriores especificou: “O Governo Argentino continuará a agir no quadro do pleno respeito pelos padrões internacionais aplicáveis e estará sempre disposto a dialogar com as autoridades equatorianas para encontrar respostas mutuamente aceitáveis para esta situação com o objetivo permanente de fortalecer nossas relações com a República do Equador”.
Estadia de Duarte Pesantes na Embaixada da Argentina em Quito
Duarte Pesantes estava com o filho, de nacionalidade argentina, alojado na residência da Embaixada da Argentina em Quito de 20 de agosto de 2020 e hoje ele fugiu.
Em sua conta no Twitter, a ex-autoridade equatoriana agradeceu à Argentina e denunciou os governos de Lenín Moreno e Guillermo Lasso.
“Decidi sair da embaixada porque no negar-me o salvo-conduto que me correspondia como refugiado políticode acordo com a convenção de Caracas de 1954 e impedir minha saída segura (salva conduta), o O governo equatoriano fez de mim seu refém político. Eu tinha que sair em risco, mas exerci o direito que me atendeu”, explicou em suas redes sociais.
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