Ele mundo a pós-globalização, como poderíamos caracterizar este primeiro quartel do século XXI do ponto de vista histórico, está em um momento de transição para uma nova ordem internacional produto da luta crescente entre uma potência reinante (os Estados Unidos) e uma potência desafiadora (China) que está sendo travada em praticamente todos os campos: cultura, geopolítica, economia, tecnologia, cibersegurança, estendendo-se até mesmo ao espaço sideral do globo.

Simultaneamente, em essa pós-modernidade deliquescentea humanidade enfrenta uma mudança de paradigma impulsionada pela revolução tecno-digital que se estendeu por todos os âmbitos da vida social, afetando identidades, valores, percepções, estilos de vida, formas de se relacionar, experiências, horizontes e expectativas de cada um dos os assuntos se transformaram em internautas repentinos.

A complexidade da realidade fenomênica, expressa pelo filósofo francês Edgar Morin, apresenta o paradoxo do uno e do múltiploe assume os traços perturbadores do inextricável, do ambíguo, do imprevisível, do caótico, do contingente.

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A política voltada para a transformação da realidade vivencial e gestão da convivência social é compelida a uma atuação prudente e responsável que envolve a consciência e o reconhecimento de seus desvios, suas possibilidades, seus limites e seus riscos.

O desafio do desenvolvimento em um mundo em transição

No quadro de uma hegemonia partilhada e de uma equilíbrio dinâmico de poderdistante tanto da complexa interdependência exposta por Robert Keohane e Joseph Nye em Poder e Interdependência (1977), bem como a estabilidade hegemônica defendida por Robert Gilpin em O desafio do capitalismo global (2002), devido às suas posições excessivamente otimista ou excessivamente pessimista em relação à cooperação internacionalrespectivamente, e dada a superveniente mudança de paradigma na ciência, é necessário propor uma política externa a partir de uma nova perspectiva epistemológica e ontológica que englobe um entendimento sistêmico, uma abordagem multidisciplinar e uma perspectiva abrangente.

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Essa política externa de caráter estratégico, multidimensional e multinível deve ser orientada para cinco objetivos prioritários e fundamentais:

  1. ligação multilateralespecialmente com as principais potências;
  2. Integração regional, coerente, aberto e plural;
  3. reserva de espaços de autonomiaespecialmente em questões sensíveis de interesse nacional;
  4. Cooperação diferenciada, de natureza pragmática em áreas estratégicas e/ou prioridade;
  5. Alcance de um padrão de desenvolvimento sustentável, sustentável e inclusivo.

O ligação multilateral Baseia-se numa relação de confiança e reciprocidade e constrói-se com a presença ativa e permanente do país nas diversas esferas institucionais, fóruns internacionais e organismos multilaterais onde são definidas e o problemas da agenda mundial, a fim de acordar com os países líderes oportunidades de intercâmbio, investimento e financiamento em infraestrutura crítica, ciência aplicada e tecnologia avançada.

O integração regional é baseada em valoresinteresses, expectativas e aversões comuns e se consolida por meio de acordos de curto, médio e longo prazo, compromissos mútuos e responsabilidades compartilhadas entre países membros dispostos a enfrentar os desafios da cooperação e competição no cenário internacional.

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A integração regional é especial neste espaço regional que tem o menor grau de conflito de guerra relativo e o maior reservatório de recursos naturais renováveis ​​do planeta.

A estratégia política de país tem que aderir a uma ação coletiva regional orientados para metas e ações de alta cooperação e baixo conflito com os poderes em disputa, especialmente naqueles campos e questões que não assumem relevância estratégica ou importância crítica para eles, e aproveitam as janelas entreabertas deixadas pela competição pela hegemonia para se manter e negociar espaços de autonomia em assuntos de interesse nacional.

Relativamente ao quarto objetivo e intimamente relacionado com o ponto anterior, a política a seguir deverá assumir um caráter diferenciador, pragmático e flexível com base nas prioridades nacionais e considerando o campo de forças tensionais presentes, sendo este equilíbrio dinâmico tanto mais proveitoso e menos custoso quanto que existem entendimentos regionais sobre problemas comuns e esquemas de cooperação de soma positiva.

O último objetivo constitui uma aspiração compartilhada pelos países latino-americanos desde tempos remotos, mas não conseguiu se refletir em uma Política de Estado com propósito transcendental que se constitui por sua centralidade e importância em elemento catalisador das expectativas e interesses de suas sociedades e no leitmotiv de suas políticas externas.

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A argamassa fundamental para a construção desse destino coletivo é o desenvolvimento genuíno e duradouro. No entanto, para superar as limitações estruturais e históricas de um habitat continental cada vez mais assediado pela divisão política e atraso econômico, pobreza estrutural e desigualdade social, tráfico de drogas e marginalidade, entre vários fatores que gradualmente levaram a região a uma perda de relevância no mundo, torna-se urgente e imperativo desenhar e concretizar uma estratégia conjunta, uma ação coletiva regional e uma política instrumental orientada e promovida por um vetor de realização.

A política externa, como uma política pública específica que articula e coordena a política interna e a política internacionalé o instrumento ideal para unir vontades e pactuar ações entre os governos e os diversos atores da política internacional.

Ele O desenvolvimento sustentável, sustentável e inclusivo deve ser o objetivo prioritário da região neste século XXI, porque é resseguro da paz, motor do progresso e condição da liberdade.

* Doutor pela Universidade Complutense de Madrid; Mestre em Relações Internacionais; Professor da Universidade Nacional de La Rioja; Membro do COFEI e do Instituto de Pesquisas Ortega y Gasset

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