O governo nacional acordou esta segunda-feira com o Fundo Monetário Internacional (FMI) uma redução de quase 2 mil milhões de dólares na meta de acumulação de reservas internacionais para 2023 devido ao efeito da seca nas exportações, mantendo a meta inalterada. de 1,9% do PIB de déficit fiscal para este ano.

Depois de várias negociações no fim de semana para finalizar os detalhes, as autoridades argentinas e a equipe do FMI chegaram a um acordo entre funcionários sobre a quarta revisão do SAF (EFF) de 30 meses da Argentina.

O acordo está sujeito à aprovação do Conselho Executivo do FMI, que deve se reunir nas próximas semanas. Concluída a revisão, a Argentina terá acesso a cerca de US$ 5,3 bilhões (SDR 4 bilhões).

Entre os pontos a destacar no comunicado, destaca-se que uma gestão macroeconómica prudente no segundo semestre de 2022 apoiou a estabilidade e ajudou com alguma margem a assegurar os objetivos do programa até ao final de 2022.

Os principais itens:

– Fica estabelecido o desembolso de 4.000 milhões de graus, o que representa 5.300 milhões de dólares.

– O comunicado distingue o trabalho da equipa económica no segundo semestre face ao primeiro semestre em termos de decisão política.

– Marcar a seca como principal motivo de revisão das metas do programa

– Detalha o supercumprimento de 2022, em matéria fiscal, 2,3 e em termos de reservas, 5,4 trilhões, acima das metas previstas. E a ideia de excesso de conformidade se destaca.

– Apoia o objetivo do ano fiscal 1.9, mas marca 4 questões:

a) Continuar a controlar os gastos em busca da ordem.

b) Priorizar investimentos em infraestrutura e gastos sociais.

c) Acelerar a segmentação para acabar com a regressividade dos subsídios. (os pobres pagam os ricos).

d) Sobre a moratória da aposentadoria, aponta a importância de ela ser justa, voltada para os mais vulneráveis ​​e sem estourar gastos.

– Continua com a promoção de taxas de juros positivas.

– Possibilita mecanismos de aumento da competitividade externa (promoção das exportações) para fortalecer a cobertura de reservas como medidas temporárias de política cambial, bem como a ampliação dos instrumentos do sistema.

– Propõe a não utilização de reservas nas intervenções.

– Elogia a troca da dívida em pesos, 16 bilhões de dólares trocados, e possibilita a geração de trocas intra-Estados para melhorar os perfis de vencimento, também promove a maior utilização de multilaterais para financiamento.

– Mantém a meta de adiantamentos transitórios do banco central em 0,6 do PIB, apesar de até hoje o Tesouro não a ter utilizado. Isso libera o acesso a pesos de financiamento via Banco Central

– Estabelece um novo piso de acumulação de reservas para março, junho, setembro e dezembro, reduzindo em mais de 3 bilhões para acumular em março e quase 2 bilhões em 2023.

– Eleva a flexibilidade do programa para o ano devido ao impacto da estiagem, principalmente no primeiro trimestre.

– Possibilita medidas temporárias de troca.

O que o FMI está pedindo?

Em comunicado da organização internacional, afirmaram que “todos os critérios de desempenho quantitativo até o final de dezembro de 2022 foram atendidos com alguma margem.”

“O déficit fiscal primário em 2022 atingiu 2,3% do PIB (contra meta de 2,5%), em especial devido à continuidade do forte controle de gastos e ações para melhorar o direcionamento de subsídios e assistência social Ao mesmo tempo, as reservas internacionais líquidas aumentaram em US$ 5,4 bilhões (acima da meta de US$ 5 bilhões), devido a melhorias na balança comercial e significativo apoio oficial O PIB real cresceu 5,4% em 2022 e a inflação anual atingiu 94,8% no final do período”, informaram.

Embora o FMI tenha comemorado o cumprimento das metas estabelecidas, não ênfase em alguns aspectos que devem ser abordados no futuro. Assim, indicou-se que, “no contexto de um ambiente econômico mais complexo, a revisão se concentrou em avaliar o progresso da implementação do programa, atualizar o quadro macroeconômico e chegar a acordos sobre um pacote sólido de políticas para abordar os desequilíbrios macroeconómicos de forma duradoura e limitar as vulnerabilidades futuras”.

“Diante dos desafios de uma seca cada vez mais severa, é necessário um pacote de políticas mais forte para salvaguardar a estabilidade macroeconómica, lidar com o aumento da inflação e os recentes reveses das políticas, bem como garantir o alcance dos objetivos subjacentes do programa. Tais políticas devem ser implementadas de forma firme e consistente”, enfatizou a equipe do FMI.

Revisões da Meta de Reservas para 2023

Em politica fiscal, as autoridades nacionais comprometeram-se a alcançar ele déficit fiscal primário de 1,9% do PIB em 2023. Segundo o FMI, para isso terá que haver controles de custos contínuosa melhor direcionamento de subsídios de energia e assistência social, e melhor priorização de gastos de capital. Além disso, o governo deve proteger os gastos sociais e de infraestrutura.”

“Para cumprir as metas de redução do déficit e fortalecer a progressividade dos subsídios à energia, as autoridades planejam continuar a implementar o esquema de segmentação acordado, eliminando subsídios para usuários residenciais de renda mais alta a partir de maio e para usuários comerciais até o final de 2023″, afirmou o FMI.

Banco Central da República Argentina

“Ações rápidas e decisivas serão tomadas para enfrentar de forma sustentável os custos fiscais da aprovação inesperada da moratória previdenciária para garantir os objetivos fiscais para este ano e os próximos”, indicaram.

Política monetária e cambial

Referindo-se a política monetária e cambial, da organização internacional detalhou que o autoridades argentinas pretendem manter as taxas de juros oficiais positivas em termos reais para conter a pressão inflacionária. Além disso, continuarão os esforços para garantir a competitividade externa e fortalecer a cobertura das reservas. De acordo com o documento, o partido no poder pretende complementar estas medidas através da racionalização atempada da política cambial. “Eles também concordam em não usar reservas internacionais ou emitir instrumentos de dívida externa de curto prazo para intervir em mercados de câmbio paralelos.“, destacaram.

Por último, o FMI reconheceu que “uma estratégia proativa de gestão da dívida no mercado local. Isso está ajudando a enfrentar os vencimentos da dívida, principalmente no segundo e terceiro trimestres, mobilizar financiamento interno e melhorar o funcionamento dos mercados de títulos e câmbio, evitando agregar vulnerabilidades no futuro”, afirmaram.

Para a entidade liderada por Kristalina Georgieva, os esforços para mobilizar financiamentos oficiais de fontes multilaterais e bilaterais ajudarão a manter o Financiamento monetário direto do déficit fiscal a um máximo de 0,6% do PIB em 2023de acordo com os objetivos do programa.

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