Em repetidas ocasiões, o ex-presidente Mauricio Macri foi claro e contundente sobre a importância da palavra presidencial, envergonhado pelas atrocidades que têm vindo de quem hoje ocupa testemunhalmente a primeira magistratura. Governar é um ato de responsabilidade e compromisso monumental, principalmente com a verdade. Um governante que mente não passa de um vigarista.

Infelizmente, Alberto Fernández é, a ponto de ninguém mais escuta o que ele fala Bem, todos nós sabemos o resultado: o que ele disser, ele não cumprirá. Além do mais, provavelmente acontecerá o contrário do que ele disse, seja sua vontade ou não, porque ele é um presidente sem poder.

Um exemplo claro de tudo isso ocorre com o que ele declarou em 2019, a respeito de que não pagaria os juros dos LELIQs que o Banco Central então emitiu para absorver pesos e controlar a inflação e que, em vez disso, ele usaria esses fundos para aumentar os ativos de aposentadoria.

Logo em seguida, assim que tomou posse como presidente, uma de suas primeiras medidas foi congelar as aposentadorias por decreto e descartar a fórmula de correção monetária que o governo do Juntos pela Mudança havia implantado, mesmo contra as 14 toneladas de pedras que foram atiradas contra Partidos do Congresso organizados pelo núcleo do atual governo.

Porém, se aprofundarmos a análise, encontramos uma realidade aberrante.

Martín Tetaz levou um anel digital ao Congresso para “contar a cada uma das mentiras” do discurso de Alberto Fernández

O LELIQs pelos quais o recém-eleito Presidente reclamou, somados os passes passivos, estiveram por volta de 2019 o US$ 1,2 bilhãocom U$S 45.000 milhões de reservas no BCRA, das quais cerca de U$S 20.000 milhões eram líquidas e disponíveis.

Uma nova revisão do FMI
FMI.

Esse mesmo estoque de LELIQs mais passes passivos para os quais Fernández rasgou suas roupas, hoje chega a US$ 10 bilhõesou seja, quase 10 vezes maior do que o estoque que recebeu.

O pior é que, desde 2020, eles realizam um questão monetária selvagem, A taxa de crescimento dessas contas do BCRA é assustadora: elas dobram a cada 11 meses, o que nos colocará em um total de mais de US$ 20 trilhões até o final deste ano. Estamos falando do fato de que, no Banco Central, temos uma bomba de dívida quase fiscal de algo como U$S 50 bilhões ou, o que é o mesmo, mais de um empréstimo Enquanto o que o governo anterior tomou com o FMI para reestruturar a dívida assumida pelo kirchnerismoe pelo qual os próprios kirchneristas chutaram tanto.

“Planeje chegar”: alongar o fusível ao custo de aumentar a bomba

É que o verdadeiro problema, a verdadeira bomba que o kirchnerismo está deixando, está no Banco Central. A dívida fiscal não é o principal problema que temos, é a dívida parafiscal.

Porque, além de todo esse desastre que eles geraram com seus próprios meios, temos um Banco Central sem reservas líquidas que não chegam nem a 5% das que sobraram do nosso governo, ainda que o FMI desembolsou mais de US$ 10 bilhões só no ano passado. O mesmo FMI para o qual eles mais tarde reclamaram diante das câmeras. Sua hipocrisia não conhece fronteiras.

O verdadeiro problema, a verdadeira bomba que o kirchnerismo está deixando, está no Banco Central. Dívida fiscal não é o principal problema que temos

Essa bomba que armaram no Banco Central é que os tem levado a cometer as loucuras que temos ouvido falar e que compõem o que chamo de “Plano Chegar Lá”. Porque se o único desígnio com que se criou este “governo” foi o da impunidade da Cristina, está a acabar com este plano desastroso para alongar o fusível ao custo de aumentar a bombaa, para chutar os problemas para frente, para fugir da responsabilidade e assumir o comando, enquanto eles jogam o problema em todos os argentinos. Eles não conhecem a responsabilidade ou assumem o comando.

Não lhes bastou, há algumas semanas, fazer uma troca de dívida com banqueiros por banqueiros, que mal conseguiu reestruturar 55% da dívida original e da qual os privados que participaram na troca não ultrapassaram 15% do total.

Alberto Fernández e Cristina Kirchner
Alberto Fernández e Cristina Kirchner, protagonistas de “Plano Llargar”

Também não basta que eles estivessem usando o Fundo de Garantia de Sustentabilidade da ANSES todos os dias para vender títulos a preços de leilão, com o objetivo de baixar artificialmente os dólares financeiros e, assim, mascarar a alta da taxa de câmbio.

Nada, nenhuma das loucuras que os vimos fazer em matéria económica, se compara à mais grave das medidas que tomaram: obrigar entidades públicas a vender títulos em dólares no mercado, a um preço 20% inferior ao que eles tiveram em janeiro deste ano quando anunciaram a recompra do Tesouro, para conseguir mais alguns dólares e continuar puxando.

Entre essas entidades, de acordo com a análise do artigo 1º da DNU 164/2023, Fundo de Garantia da Sustentabilidade seria incluído em Arte. 8º da Lei 24.156como um dos principais “contribuintes”, com o que a sua decisão implica directamente na pesagem da poupança dos reformados.

Do Juntos pela Mudança, apresentamos dois projetos no Congresso: um para que, no âmbito dos poderes de controle que o Congresso tem do Fundo de Garantia de Sustentabilidade, sejam entregues os bilhetes de compra e venda de operações com títulos em dólares e em pesos, para saber se eles foram realmente usados ​​nos últimos meses para conter a alta do câmbio, em detrimento dos aposentados; e outra para citar o Ministro da Economia e o Diretor da ANSES para nos explicar porque foi decidida essa pesificação total do fundo para nossos aposentados.

Falta cada vez menos para que nós, argentinos, possamos ter novamente um governo confiável, que diga a verdade mesmo quando dói e que se encarregue dos esforços para encontrar soluções para os problemas do povo.

Nós sabemos isso devem ser plantadas árvores cuja sombra não vamos desfrutar. Deixe os argentinos saberem que nós, argentinos, podemos.

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