Com a inflação em alta, o Sindicato dos Caminhoneiros e o Somos Bairro de Torta se mobilizaram em janeiro para controlar os preços, cada um a seu modo e com a piscadela do Ministério da Economia. No entanto, os esforços de ambas as organizações duraram apenas semanas e hoje apenas um grupo aparece interessado no levantamento de valores dos produtos, ligado a um ex-funcionário da Frente de Todos.

O sindicato Moyano foi aos centros de distribuição e logística das grandes cadeias de supermercados e empresas alimentares, de olho nos camiões que entravam nos armazéns. Mas diante do ruído midiático gerado pelo movimento, além das críticas da oposição, que indicavam que o sindicato não tinha poder de fiscalização, a colaboração foi suspensa. Em suma, os dirigentes sindicais não queriam adquirir outro problema.

Situação semelhante aconteceu com o Somos Barrios de Pie, grupo liderado por Daniel Menéndez, hoje secretário do Conselho de Economia Popular. Começou a divulgar o aplicativo Preços Justos na costa atlântica no início de 2023 e ao longo das semanas abandonou a tarefa, preocupada com outras questões, como o cadastramento de Espaços de Atendimento Comunitário localizados em bairros carentes da AMBA.

Apenas o Centro de Estudos Mariano Moreno, cujo proprietário é Rafael Klejzer, ex-diretor da FdT e referência da UTEP, ficou de pé para olhar as gôndolas. No último relatório, que é divulgado mensalmente, está refletida a falta de estoque, de quase 70%, desses produtos do programa oficial nos supermercados da AMBA. Uma folha de pagamento comandada por óleo, guardanapos, arroz, sabão em pó e macarrão. “Os alimentos para consumo dos setores populares, como arroz, óleo, farinha e açúcar, cresceram acima da inflação. Isso significa que eles estão superfaturando e ganhando acima da inflação”, disse Klejzer sobre as perspectivas observadas. E apontou contra as empresas exportadoras de commodities: “Eles ganharam muito dinheiro, mas na hora de ir ao supermercado a gente prostitui o Alberto Fernández”.

Da Economia, e antes da consulta do PERFIL, evitam confrontar o sindicato Moyano e as organizações sociais e destacam que têm centenas de fiscais que procuram fazer cumprir os Preços Justos. E mais: destacam que esse esforço é acompanhado, por meio de convênios, com os municípios da província de Buenos Aires.

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