Eu me considero um artista de teatro.

Desde muito jovem gostei do teatro, a minha curiosidade levou-me a passar por muitos papéis, como bailarina, actriz, coreógrafa, assistente, encenadora, até bilheteira quando os bilhetes eram de papel e tinham de ser inseridos num placa com furos.

Gostei e aprendi de cada lugar que tive que estar. Depois de tantos anos na estrada e sem perder a paixão, estou mais seletivo.

Meu início foi com dança clássica, professores como Ricardo Rivas, Rina Valver. Norma Binaghi e muitos outros. Depois fiz a oficina de dança contemporânea no Teatro San Martín onde treinei com Ana Itelman, Renate Schotelius, Ana Stekelman, Cristina Barnils. Oscar Araíz. Passando pelo tango, fiz parte do elenco de Mariano Mores com quem viajei o mundo. Teatro com Franklin Caicedo. Apenas Gilberto. Direção Teatral com Juan Carlos Gené e Augusto Fernandes. Sou profundamente grato aos meus professores que me deram as ferramentas para ser livre.

Nestes dias estou estreando vários trabalhos que me enchem de felicidade. Do bairro la mondiola. Fui convocado para esta obra que foi criada durante a pandemia e já está em sua segunda temporada por Jorge Lorenzo, seu autor, como diretor e coreógrafo.

É uma farsa muito engraçada com personagens que apontam para o grotesco. Os figurinos, cenários e música colocam-nos num tempo que os mais velhos vão recordar e os mais novos vão descobrir, e que é constituído por um elenco ideal para o género: Silvia Geijo. Jéssica Livorsi. Carlos Ledrag e Jorge Lorenzo. Eles são acompanhados por dois excelentes guitarristas Juan Lorenzo e Moncho Santos. Tenho uma equipe talentosa e amada. Nos arranjos e música original Esteban Morgado. No vestiário Mario Pera Ochoa. Cenografia Vanessa Abramovich. Iluminação Horacio “Chino” Novelle. Assistente de direção Marcelo Durán e na produção Elena Avena.

Por outro lado, fiz minha estreia como coreógrafa no CCC (Centro Cultural de Cooperação) Israfel de Abelardo Castillo, dirigido por Daniel Marcove. Com Aldo Pastur. Juan Manuel Corrêa. Antonia Bengoechea e um grande elenco. Cenografia Héctor Calmet. Figurinos Paula Molina Iluminação Horacio “Chino” Novelle. E “Anos Difíceis” de Roberto Tito Cossa dirigido por Eduardo Ruderman com Osvaldo Bermúdez, David Di Nápoli, Cecilia Labourt e Antonio Regueiro. A equipe criativa de Héctor Calmet, cenografia, Marcelo Cuervo, iluminação e música original de Fernando Dieguez.

Também tive o prazer de dirigir Canto para una semilla com textos de Violeta Parra protagonizados por Lidia Catalano e Miriam Martino e um delicioso grupo de músicos liderados por Julieta Lizzoli, Diretora Musical, arranjadora e pianista, Diego Gazzaniga na percussão e Pablo Ponce no violão, charango e instrumentos de sopro, com figurinos de Alejandro Mateo. Este espetáculo estreou no Centro Cultural Borges e vai percorrer todo o país.

No Teatro La Galera, onde sou coreógrafo desde 1994, estreamos Poroto, meu futuro mascote escrito e dirigido por Héctor Presa. Com música de Diego Lozano, as entradas são dadas em Humboldt 1591. Em breve estrearei “Ya nadie lembra Frederic Chopin” de Roberto Tito Cossa. Dirigido por Norberto Gonzalo e com Amancay Espindola, Stella Matute, Brenda Fabregat, Leonardo Odierna, Claudio Pazos e Daniel Dibiase. Cenário e figurinos de Alejandro Mateo e iluminação de Leandra Rodríguez.

Noutra ordem de coisas, fez parte do Conselho Teatral de Argentores onde acompanhamos os autores de textos, músicas e coreografias. Trabalho que me enche de orgulho e responsabilidade. E assim sigo trilhando esse maravilhoso caminho do teatro.

* Coreógrafo e diretor.

você pode gostar