Um dia antes do feriado de Finados no Brasil, os mercados aguardam com ansiedade as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed), às 15h30, e do Banco Central do Brasil, a partir das 18h30, o que deve deixar os movimentos no câmbio e nos juros futuros bastante contidos no início da sessão desta quarta-feira. Os riscos fiscais seguem no foco dos agentes, que ainda tentam limpar os ruídos em torno da discussão sobre a meta de resultado primário de 2024, enquanto monitoram o andamento da agenda econômica do governo no Congresso Nacional.
Em dia de decisão do Fed, o comportamento dos mercados internacionais pode gerar um tom mais cauteloso no início dos negócios. Ontem, o dólar encerrou a sessão em leve queda contra o real, mas as taxas futuras de juros se ajustaram em alta, especialmente no “miolo” e na ponta longa da curva. Hoje, com os agentes no aguardo das declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, o dólar se ajusta em leve alta contra a maioria das divisas de mercados emergentes e principais. Há pouco, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta moedas fortes, subia 0,22%, aos 106,90 pontos.
O comportamento do dólar no exterior, assim, pode pesar no câmbio doméstico, que se mantém acima do nível psicológico de R$ 5 por dólar, mesmo em um dia no qual os rendimentos dos Treasuries de longo prazo se mantêm em leve queda. No Brasil, destaque, ainda, para o leilão tradicional de títulos pré-fixados do Tesouro Nacional, que pode manter um volume de títulos ofertados mais baixo diante da piora na percepção de risco doméstico. Vale notar que, ontem, as taxas das NTN-Bs de longo prazo voltaram a ficar acima de 6%.
Quanto às decisões de política monetária, a expectativa majoritária é de que o Fed mantenha as taxas paradas no intervalo entre 5,25% e 5,5%, e de que o Copom reduza a Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,25%. Os agentes, porém, aguardam com ansiedade possíveis pistas e sinalizações dos bancos centrais sobre os passos futuros na condução da política monetária.