A polêmica surgida neste final de semana entre Miguel Pichetto e a ministra da Mulher, Gênero e Diversidade, Ayelen Mazzina, será escalado para o INADI. Foi o que afirmou este domingo o novo director da entidade, Greta Penanotar que convocará o chefe da Auditoria Geral da Nação para “falar sobre as implicações altamente prejudiciais de usar estereótipos para resolver, 40 anos depois da democracia, debates públicos”. Não só isso, Pena também fará “Equipes jurídicas do INADI analisam as palavras de Pichetto”, obviamente para ver se eles estão sujeitos a ações judiciais ou acusações.

“O Ministério da Mulher está nas mãos de uma menina que é lésbica, podiam ter colocado uma mulher”, Pichetto havia dito na noite de sexta-feira em entrevista ao Jonathan Viale no canal LN+, uma palestra voltada para “silêncio que vastos setores feministas haviam mantido antes do assassinato de Lucio Dupuy” pelas mãos de um casal de lésbicas, a da mãe do bebê, Magdalena Espósito Valenti e Abigaíl Páez. As duas mulheres foram condenadas esta semana à prisão perpétua, após serem consideradas culpadas pelas torturas e calvários sofridos por Lúcio, que foi espancado até a morte e até abusado sexualmente, em um episódio que chocou o país.

Feminista, San Luis e “cumbiera intelectual”: Quem é Ayelen Mazzina, Ministra da Mulher, Gênero e Diversidade

Pichetto destacou neste sábado, quando o assunto já era tendência nas redes, que “diante da deturpação de minhas declarações em um programa de televisão, quero esclarecer que minha intenção era denunciar que o Ministério da Mulher não repudiou o assassinato de Lucio Dupuy porque coincidia com a orientação sexual do ministro, com a dos autores do crime”, mas estas explicações não convenceram Pena, que sublinhou “há limites que não podemos ultrapassar”. Foi então que a substituta de Victoria Donda informou que convocaria o ex-senador peronista ao INADI para aquela palestra sobre “as implicações nefastas dos estereótipos nos debates públicos”.

Resta saber agora o que Pichetto dirá sobre aquele encontro com Penaassunto sobre o qual ainda não havia se pronunciado ao meio-dia deste domingo em suas redes sociais.

Miguel Ángel Pichetto e Ayelen Mazzina
O cruzamento entre Pichetto e o ministro Mazzina teve amplo rebote nas redes neste final de semana.

Pena destacou que instruiu a equipe jurídica do INADI a “analisar as declarações públicas de Pichetto sobre o ministro Mazzina”, em que ele “associava a orientação sexual e a identidade de uma pessoa com sua adequação ou posição política”.

Após as manifestações de pichetto em CO+, Mazzina havia respondido ontem “Sou mulher, lésbica, feminista e Ministra da Mulher, Gênero e Diversidade da Nação e convido Pichetto a falar sobre ESI quando se sentir pronto”, acrescentando um meme de uma menina com um gesto de surpresa para delimitam “enquanto, as lésbicas que assistem a Pichetto dizem que não somos mulheres”. A polêmica virou uma das tendências do sábado nas redes sociais, e chegou a atingir limites ainda mais amplos, quando entre as postagens e respostas houve quem também questionasse Mazzina, sustentando que, ao se reconhecerem como lésbicas, “não se percebiam como mulheres”. “.

O próprio presidente Alberto Fernández se meteu nessa polêmica, para apoiar seu ministro na tarde de ontem, exaltar seu trabalho na pasta de Mulheres, Gênero e Diversidade ao ministro, enquanto dedicava sem nomeá-lo uma crítica ‘roqueira’ a Pichetto, dizendo a Mazzina que ” os dinossauros vão desaparecer”, como diz a letra da inesquecível criação de Charly García.

“Ayelen Mazzina orgulhosa do trabalho que vocês estão fazendo”, disse Alberto Fernández, e continuou: “Mentes fechadas não admitem a transformação positiva que nossa sociedade experimentou. Queremos mais democracia, mais direitos e mais respeito na diversidade. Os dinossauros já vão desaparecer, diria Charly García”, tuitou o presidente.

Foi então que, sem se desculpar por suas declarações, Pichetto voltou a acusar Mazzina em uma série de tuítes em que questionava a agenda do ministério que chefia ao garantir que segue “a agenda das minorias”. “A Ministra de Gênero e Diversidade continua sem falar sobre Lúcio Dupuy, o menino violentado e assassinado pela mãe e o companheiro dela. Também não fala sobre a morte da policial na cidade de BS AS. Isso não é agenda dela. Sempre agenda minoritária”, ele postou.

Na mesma linha, sublinhou: “A agenda do Ministério do Género e Diversidade está sempre ao serviço das minorias. A agenda do anterior ministro era Milagro Sala e Mapuches, incluindo Jones Huala. A actual é a das minorias mais ideologizado e exclusivo”, concluiu Pichetto. Teremos que ver agora o que ele diz sobre a convocação do INADI, e a análise jurídica que Pena prometeu daquele órgão.

NA/HB

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