Hoje, a Economia do Conhecimento é a terceiro setor exportador da Argentina e só em 2022 fechou vendas externas de 7.300 milhões de dólaresenquanto esse número deve subir para 9 bilhões este ano.
Além do maisemprega 500 mil pessoas diretamente e está emergindo como o “futuro”. Porque, além da ideia que todos têm da atividade, quanto menos soa como “o que está por vir”. Tem aquela marca de setor ‘potencial’, pois ainda não chegou onde certamente chegará. E Ariel SujarchukSecretário de Economia do Conhecimento, compartilha da visão ao colocá-la como “um olhar que se deve ter sobre o futuro da evolução do sistema de nova geração de projetos,pprocessos e indústria baseada em conteúdo globalmente, Além da evolução da tecnologia, do software e do avanço do 5G (que a Argentina lançará em breve a concurso), este setor tem um projeção de crescimento de pelo menos 10 anos à frente“.
Olá e adeus ao 5G? Cientistas já estão trabalhando na implementação do 6G
Agora, qual é o Conhecimento econômico? Não é uma, mas muitas atividades econômicas que requerem uma contribuição muito forte do conhecimento humano gerar valor e oferecer à sociedade novos produtos e serviços, que possam ser utilizados por todos os ramos da produção. Entre os setores que o compõem estão educação, pesquisa e desenvolvimento, alta tecnologia, tecnologia da informação, telecomunicações, robótica e até nanotecnologia e indústria aeroespacial. É justamente no segmento de nanotecnologia que Sujarchuk acredita que haverá um salto qualitativo na Argentina nos próximos dez anos.
“Com a nova lei de Bio e Nanotecnologia, um caminho começa a se abrir onde tenho certeza que daqui a 10 ou 15 anos estaremos falando sobre esse fenômeno como o gerado pela Lei do Software há 20 anos”, assegurou e acrescentou. “Aí o que vamos ter muita substituição de importações”.

O secretário da Economia do Conhecimento da Nação falou à PROFILE sobre os projetos em que vão colocar toda a sua energia este ano, e com grandes expectativas confidenciou que espera “a empresa estatal de software estar ativa no primeiro quadrimestre Do ano”:
Pilar e motor da economia
– A Economia do Conhecimento é um dos pilares da economia. Qual é o diagnóstico?
– Argentina é o principal produtor de software da América Latina e junto com a Colômbia são os players mais importantes da região. A atividade fecha 2022 com um recorde de exportações, u$s 7.300 milhões de dólares, Ou seja, em toda a sua história, o país nunca exportou tantos serviços na Economia do Conhecimento e projetamos um crescimento de mais de 9 bilhões de dólares até 2023.
– Quanto a atividade contribui em termos de divisas?
O interessante é quee É uma atividade que gera muitos dólares e praticamente não tem grandes custos de exportação em qualquer um de seus aspectos, seja software, audiovisual, bio e nanotecnologia, videogames ou gamers. Ou seja, em todas as arestas, é muito mais o que gera e o que importa é o residual. Por exemplo, agora, com a nova lei de Bio e Nanotecnologia, começa a se abrir um caminho onde tenho certeza que daqui a 10 ou 15 anos estaremos falando desse fenômeno como o gerado pela Lei do Software há 20 anos.
Uma grande oportunidade de crescimento
– Quais são as mudanças que o desenvolvimento dessa área de bio e nanotecnologia pode trazer?
Vamos ter muita substituição de importações. De fato, esta semana uma empresa começou a gerar kits de PCR para os diferentes testes de influenza e covid. Deixa de importar por 12 milhões de dólares e vai exportar por 15 milhões, com os quais só nessa ação há uma diferença de 27 milhões de dólares.
– Além desse exemplo específico, há dados de quanto pode ser substituído nas importações dessa área?
O caminho é enorme porque a nova lei gera vantagens competitivas como amortização de capital em 1 ano, retorno de lucro praticamente pela metade e retorno de 70% das contribuições patronais, o que o coloca em um setor competitivo, somado a algo que tem Argentina e que é valorizado em todo o mundo como a quantidade e qualidade de cientistas para gerar esse tipo de processo. Aliás, participou de diferentes processos vacinais durante a covid, é um dos poucos países que produz satélites e tem satélites no ar. Existe um lugar de elite do conhecimento que temos que gerar como um processo de política de estado para o futuro.
O que faz um desenvolvedor front-end: pode ganhar até US$ 10 mil, mas faltam profissionais
– Qual é a posição do setor em relação a outros motores econômicos da Argentina, como a agricultura?
É o terceiro exportador, depois da agricultura e autopeças. Além disso, desde que Sergio Massa assumiu a Economia, passou a adotar algumas medidas que estimulam novas exportações ou geram dólares. E assim como liberou dos impostos de exportação os fabricantes de autopeças que exportam mais do que exportaram até agora, o mesmo aconteceu com a economia do conhecimento. Ele fez um DNU que é um estímulo à exportação liberando dólares.
– E como funciona?
Qualquer aumento nas exportações este ano terá uma vantagem em termos de divisas este ano, assim como aqueles que trazem novos negócios para a Argentina, porque a guerra no leste europeu traz muitas oportunidades porque muitos negócios que estavam acontecendo naquela área podem vir ao nosso continente. Temos de nos tornar muito competitivos, pensando não só que temos talento mas também o fuso horário ideal para exportar serviços para a Europa e Estados Unidos.
– Quantas pessoas o setor emprega?
Estamos falando de mais de 500 mil empregos diretos.

– Um dos gargalos hoje é a fuga de talentos para trabalhar no exterior… o que está sendo feito para conter o fenômeno?
Primeiro, é bom, ele esclarece que não é só uma questão de defasagem cambial, porque hoje trabalhar no exterior é sentar na sala de casa e abrir um notebook e prestar serviços, o que faz com que o setor tenha um faturamento maior do que aquele de outros setores, inclusive dentro das próprias empresas argentinas. Porque pelas próprias características dos profissionais do setor, ninguém se vê há 10 anos no mesmo local de trabalho. Mas independente disso, é uma mudança de hábito muito importante que não responde exclusivamente à questão do gap cambial.
Sendo mais claro, se a lacuna não existisse, isso aconteceria da mesma forma. A lacuna pode acelerá-lo.
Em relação ao gap, a equipe econômica está trabalhando para reduzir o gap cambial. O que estamos levando, ao contrário de outros setores, são dólares de graça. Exemplo: todas as empresas que aumentarem suas exportações terão 30% de moedas livres e todas as que trouxerem novos negócios terão 20% de dólares livres, que é cumulativo com 30%.
– Isso está funcionando?
Começou a operar em 2023. Em 100 dias montamos o DNU que pactuamos com o setor, foi regulamentado pelo BCRA e AFIP. Também atualizamos os títulos da economia do conhecimento e incorporamos um item muito importante no Orçamento que foi aprovado este ano.
– Como é o relacionamento com as empresas do setor?
É muito bom. Nós conversamos muito. Trabalhamos em políticas de longo prazo e resolvemos alguns problemas de curto prazo. E de fato é tão bom que estamos planejando junto com todas as câmaras a criação de um consórcio para organizar o primeiro evento de Economia do Conhecimento em março deste ano.
Como será a nova empresa nacional de software que o governo quer criar?
– O governo quer criar uma empresa nacional de software. Qual é o status da iniciativa e como ela funcionaria?
A ideia surgiu de um dos maiores desafios que o setor enfrenta não só na Argentina, mas no mundo: retenção de talentos, pois são perfis que estão em alta demanda. Além disso, toda grande empresa tem seu departamento de sistemas e o Estado originalmente o tinha; mas com esta nova situação em que os sistemas e processos se aplicam a tudo, é necessário construir uma ferramenta adequada. Portanto, gerar uma empresa estatal garantirá a retenção de pessoal; segundo, que as pessoas que estão sendo formadas possam vir prestar serviços ao Estado; Em terceiro lugar, vamos garantir que os dados sensíveis do Estado permaneçam lá dentro; e quarto, vamos baixar custos, desde que a empresa vá prestar o serviço com o mesmo custo ou menor que o privado.
Em geral, é uma iniciativa muito apreciada por todos, pois tem a particularidade de ser concebida sem orçamento de arranque porque a ideia é que os organismos do Estado que a necessitem a contratem para os projetos e assim se autofinanciem. Estamos na fase final de elaboração do projeto. Gostaria que estivesse disponível no primeiro trimestre de 2023.
– Quais são os projetos em que você está trabalhando na área de economia do conhecimento?
Na Secretaria começamos 2023 com vários projetos.
1) 1,2,3 que é o fortalecimento em nível federal do cluster para desenvolver polos de economia do conhecimento.
2) Estamos prestes a lançar um projeto para o setor audiovisual (Film Art) que é a devolução de um percentual do custo da produção audiovisual para incrementar essa indústria no país.
3) Haverá uma nova chamada para videogames: para apoiar startups que precisam de financiamento para ir do projeto ao protótipo.
4) Novos financiamentos para projetos da indústria de satélites.
5) Estamos implementando projetos de bio e nanotecnologia. A Argentina é a 15ª mundial neste setor.
6) Estamos em processo de implantação do novo DNU para estimular as importações
7) A criação de um certificado de economia do conhecimento para ter uma verdadeira dimensão do que é o ecossistema de negócios
8) evento de março deste ano.
9) Enviamos para seu tratamento em sessões extraordinárias o projeto de criação de um monotributo tecnológico e também para outros talentos.
– Como funcionaria?
Não desconhecemos a realidade. As pessoas não param de trabalhar, mas procuram mecanismos informais para cobrar suas taxas e não perder lucros. O Estado tem que fornecer uma ferramenta para que uma pessoa possa trabalhar no exterior, faturar seus serviços e não ter que cobrar em preto. É necessário regularizar esta situação para as profissões liberais, e compatibilizá-la com o monotributo tradicional. É para perfis tecnológicos e também para talentos. É uma ferramenta para poder faturar e ter dólares depositados em sua conta. Desta forma, entrariam os dólares gratuitos e para os monotributistas não deveriam pagar a componente de assistência social e reforma que já está a ser paga no monotributo tradicional. O teto é faturar esses 30 mil reais por ano. O que não vamos permitir é que essa ferramenta seja usada para fazer “contas” no exterior.
– Que desafio você coloca?
Meus desafios são dar a visibilidade necessária para que os argentinos percebam que, assim como a carne, os cereais, o vinho e o futebol fazem parte do reconhecimento internacional, esse setor também deve ser uma força mundial. A Argentina pode ser um pólo muito forte na América Latina na economia do conhecimento. Para isso, as pessoas têm que se capacitar e aqui o evento de março é o primeiro grande passo. Além de montar a marca do país para que todas as embaixadas argentinas também promovam a venda de serviços do setor.
Além disso, gostaria que fosse uma iniciativa do Estado. Precisamos definir conjuntamente que este setor é estratégico para o país, porque em essência tem todas as vantagens: gera dólares, gera empregos, tem inclusão federal e coloca a Argentina em um lugar extremamente interessante para revalorizar seus recursos, porque o melhor que temos é a nossa gente.
você pode gostar