A revelação do chefe dos serviços de inteligência ucranianos a um canal de televisão americano (1) de que a expectativa de vida de Vladimir Putin acabaria naturalmente depois de 2023 ou início de 2024, relançou as previsões de uma solução negociada para a guerra na Ucrânia, supostamente antes de sua previsível morte.

Mas as versões que circulam dependem ainda de factores cuja evolução imediata é difícil de prever, nomeadamente se o bombardeio russo contra infraestrutura civil na Ucrânia falência ou não a capacidade de resistência da população. Dos 24,4% do território ucraniano controlados pela Rússia no início da invasão, hoje ela controla 16,5%.

A relação de forças nas 4 províncias ucranianas vizinhas da Rússia sob o controle militar de Moscou (2) equivale a uma espécie de empate em que Putin não pode ordenar, entrar e estacionar forças de ocupação permanentes, dada a capacidade militar ucraniana de aniquilá-las com mísseis modernos e obuses de origem americana e francesa.

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Esse poder é reforçado pela entrega à Ucrânia de tanques alemães e franceses das décadas de 1980 e 1990, atualmente em processo de substituição por outros mais modernos em ambos os países. A Ucrânia poderia então se livrar de seus velhos tanques de origem “soviética” e melhorar sua capacidade ofensiva.

Porém, tudo isso não basta para que o governo de Kiev instale de forma inabalável uma força permanente que recupere a soberania das quatro províncias perdidas em 2014, anexadas em 2022, sem contar com a aspiração de também tirar o controle da Crimeia da Rússia. , também anexada em 2014.

O poder de fogo inesgotável de Moscou torna impossível, no momento, satisfazer essas aspirações de Volodimir Zelenskymesmo tendo em conta a transferência de uma entrega iminente de canhões «Cesar» por parte da França, devido à triangulação acordada de várias unidades inicialmente compradas a Paris pela Dinamarca, em vias de serem enviadas para a Ucrânia, juntamente com a promessa dos EUA de uma festa de mísseis «Patriote».

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A Ucrânia foi aceita como candidata a ingressar na União Européia (UE) por seus atuais 27 membros. A sua adesão poderá concretizar-se após a entrada dos países balcânicos, num processo avançado de adesão. (3) É altamente provável que a dívida que a Ucrânia está contraindo na compra de armas e ajuda financeira, especialmente com os Estados Unidos, seja paga com os 14 bilhões de euros confiscados pelos países da UE em seus territórios dos oligarcas russos, um montante que ascenderia a 30 mil milhões de euros somando os capitais dessa origem também detectados nos Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e Grã-Bretanha. 1.158 pessoas e 98 entidades foram indiciadas.

A estas somas soma-se o fim incerto dos 300 bilhões de euros bloqueados na Europa pertencentes ao Banco Central da Rússia. Seu destino final parece depender das investigações sobre a sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, no Mar Báltico, destinados a trazer gás russo para a UE, ocorrida após a decisão russa de interromper suas exportações de gás para a Europa, no âmbito de um contrato que dava como garantia de execução, os bens do Estado russo. Impossível de verificar no actual estado do conflito, a versão dominante atribui a responsabilidade do ataque à Rússia, para cobrir os seus bens na Europa que poderão ser apreendidos devido ao incumprimento do contrato de fornecimento de gás.

(1) Kyrylo Budanov (SBU). Vladimir Putin sofreria de câncer na glândula tireóide.

(2) Donetsk e Lugansk no leste, Kherson e Zaporizhia no sul.

(3) Os 7 países candidatos à adesão à União Europeia são: Sérvia, Montenegro, Turquia, Macedónia do Norte, Albânia, Moldávia e Ucrânia

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