O Ministro da Economia, Sérgio Massa, reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 22 de março, com banqueiros, assessores financeiros e gestores de fundos de investimento argentinos. A reunião, que começou depois das 9 horas da manhã no Salão Belgrano do Palácio de Hacienda, foi convocada para detalhar a decisão de obrigar todos os órgãos públicos nacionais a trocar seus ativos títulos em dólares de acordo com a legislação estrangeira para títulos públicos em pesos que serão emitidos pelo Tesouro.

Massa estava acompanhado dos secretários de Política Econômica, Gabriel Rubinstein e Finanças, Eduardo Setti; o chefe de gabinete dos conselheiros, Leonardo Madcur; o presidente do Banco Central, Miguel Pesce e o chefe do INDEC, Marco Lavagnaentre outros.

As agências estatais venderão seus títulos em dólares no mercado em troca de títulos de dívida em pesos emitidos pelo Tesouro, com o objetivo de reduzir os aumentos do Caixa com Liquidação e do dólar MEP. A medida transcendeu a noite desta terça-feira e provocou a abertura em baixa das referidas contas na manhã desta quarta-feira.

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Segundo fontes do ministério, a medida busca “absorver pesos excedentes que, de outra forma, pressionam a inflação; reduzir a dívida em dólares com a legislação estrangeira; gerar instrumentos para atuar no mercado financeiro de dólar sem afetar as reservas; concentrar a gestão destes instrumentos (hoje difundidos em diferentes órgãos do Setor Público) no MEcon, em coordenação com o BCRA”.

Números vermelhos e títulos em declínio

As últimas semanas foram turbulentas para o Governo Nacional. Aos dados de 6,6% de inflação Fevereiro, que ultrapassou o teto de 100% ano-a-ano, se somou aos relatórios indicando a perda de bilhões de dólares devido à seca (segundo estimativas da Bolsa de Valores de Rosario, US$ 19.251 milhões). Soma-se a isso a falta de divisas no Banco Central e a pouca capacidade do Executivo para estancar a hemorragia.

Esta terça-feira os mercados registaram um quebra de títulos usado na última troca de dívida: Global 2046 caiu 5,59%, Global 2041 5,13% e Global 2035 5,36%. Simultaneamente, o risco-país subiu 12 pontos, fixando-se em 2.347 pontos.

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Sergio Massa, Ministro da Economia.

Os participantes da reunião

Representando os setores convocados estava o presidente do Banco Macro Jorge Pablo Brito; o presidente da Associação de Bancos da Argentina (ABA) Cláudio Cesário; o presidente do Banco Santander Alejandro Butti; o gerente geral da Associação de Bancos Argentinos (ADEBA) Francisco Gismondi; Paulo Leon, gerente financeiro do Banco Galicia; o presidente da Credicoop Carlos Heller; o presidente de Bolsas e Mercados da Argentina (Byma) Ernesto Allaria e o presidente da Bolsa de Valores de Buenos Aires Adelmo Gabi.

Junto com eles, o CFO do BBVA Argentina fez parte da mesa lotada carmen morillo; o presidente da Câmara dos Fundos Mútuos de Investimento Valentin Galardi; o CEO da Balanz Júlio Merlini; o diretor do PIB Miguel Canale; Vice de Allaria Ledesma Juan Politi e Robert Olsonpresidente do Mercado Aberto Eletrônico.

A reação gerada pela medida tomada por Massa

Segundo fontes do Ministério da Economia, nesta quinta-feira, dia 23 de março, será publicado no Diário Oficial da União o Decreto para a venda de títulos dos órgãos estatais. Hoje, quarta-feira, será feito o teste de mercado, tanto no leilão quanto nas diferentes taxas de câmbio. Ou seja, para ver como o cidade feito sob medida lançado do Palácio de Hacienda.

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Há expectativas e entre os presentes foi percebido como um forte movimento de Massa para conter os dólares financeiros, evitar a disparada do azul e financiar o Estado sem recorrer à emissão, que era uma das condições do FMI atingir a meta do déficit fiscal que, hoje, já está complicado.

Adelmo Gabbi, participante do encontro, disse: “Será positivo. Haverá mais oferta do que demanda”. Juan Politti. Allaria disse que o objetivo “é estabilizar a situação financeira”. “eu vejo isso positivo“, afirmou.

No caso de Sebastián Negri, da Comissão Nacional de Valores, reconheceu que é uma “boa medida de ordem financeira” e qualificou a reunião de “muito boa”, acrescentando que “o setor privado recebeu muito bem”.

gi/ff

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