Em 16 de março de 2003, a maior vigilância da história foi realizada como parte dos protestos contra a invasão americana do Iraque.

Meses antes, organizações não-governamentais e grupos políticos começaram a promover protestos de rua para impedir o iminente ataque do Pentágono ao país asiático.

As manifestações não demoraram a se multiplicar e tornaram-se especialmente massivas nos países cujos governos apoiaram a invasão; como Austrália, Espanha, Reino Unido, Portugal, Polônia, Itália, Dinamarca e os próprios Estados Unidos.

Foram os primeiros protestos convocados por Internet e SMS, mostrando a grande eficácia desses novos meios de comunicação em termos de velocidade e propagação de mensagens.

Alguns dos slogans mais repetidos durante as marchas foram: “Não à guerra”, “Chega de sangue por petróleo” e “Blair, Bush, Aznar: assassinos”.

Inúmeros artistas e líderes culturais de todas as esferas da vida também participaram, como o diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar.

Assim, em 15 de fevereiro de 2003, ocorreu a maior manifestação contra a invasão do Iraque, tornando-se ao mesmo tempo a maior mobilização global da história.

Milhões de pessoas saíram às ruas em muitas cidades, lideradas por Roma com 2 milhões de manifestantes, ao que se seguiram numerosos protestos nas semanas seguintes fora das embaixadas dos Estados Unidos.

Diante do iminente ataque à Casa Branca, decidiu-se organizar uma vigília mundial pela paz.

Nesse quadro, foram realizadas mais de 6.000 vigílias noturnas em 136 países, lideradas pelas organizações “MoveOn” e “Win ​​without War”, juntamente com o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, Prêmio Nobel da Paz em 1994.

“Que nossas velas acendam a luz da razão e da esperança, evitem a guerra no Iraque e iluminem o mundo”, disse o líder religioso em seu discurso, enquanto os Estados Unidos aguardavam autorização do Conselho de Segurança da ONU para agir.

Ao mesmo tempo, centenas de manifestantes reuniram-se nas ilhas dos Açores, em Portugal, em frente ao local do encontro entre George W. Bush, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o presidente espanhol, José María Aznar.

Após essa reunião, o chefe da Casa Branca lançou um ultimato ao Iraque.

Apesar de inúmeras reivindicações globais, a invasão liderada pelos Estados Unidos do país asiático ocorreu entre 20 de março e 1º de maio de 2003.

Segundo Kofi Annan, então secretário-geral das Nações Unidas, a invasão era ilegal sob o direito internacional, pois violava a Carta da ONU.

Aproximadamente 7.500 civis morreram durante o ataque.

Para George W. Bush, o principal motivo da invasão foi desarmar o Iraque de suas armas de destruição em massa; que nunca foram encontrados e cuja existência não foi comprovada.

Anos depois, durante um lapso de discurso, o próprio Bush, criticando a invasão da Ucrânia pela Rússia, reconheceu que o ataque dos EUA ao Iraque foi “brutal” e “injustificado”.

Os principais detratores da guerra apontavam esse argumento como uma falsa desculpa para invadir e que, ao contrário, os verdadeiros interesses eram econômicos.

Em 16 de março de 2003, a maior vigilância da história foi realizada como parte dos protestos contra a invasão americana do Iraque.

A história também é notícia. Perfil do raio.

Roteiro de Javier Pasaragua e locução de Pita Fortín.

pela Rádio Perfil FM 101.9

Galeria de imagens