O deputado nacional da Frente de Todos Rodolfo Tailhade decidiu tornar público Ele está esperando por um transplante de rim. “Eu não tinha contado antes porque não me parecia necessário, até que O discurso público de Javier Milei apareceuuma pessoa que segundo as sondagens eleitorais pode ser Presidente da Nação”, disse o legislador à PROFILE.

Tailhade Ele sofre de uma doença renal transmitida geneticamente chamada policistose que não tem cura. É uma das 30 mil pessoas em diálise vocêNº dos 7.000 argentinos inscritos no Incucai para receber uma doação de órgãos. “Tenho a doença desde que nasci. Aos 18 anos comecei a fazer tratamento medicamentoso e estou em hemodiálise há dois anos e meio. Eu não havia contado antes porque não me parecia necessário, até que o discurso público de Javier Milei“, ele apontou.

“Diante de um discurso tão perigoso, de uma pessoa tão importante, resolvi contar a minha história, que é a história de milhares de argentinos que são doentes renais e outros milhares que estão na lista de espera; pessoas que a última coisa que merecem são discursos dessa natureza, que chocam e geram muita preocupação e consternação nas famílias“, ele explicou.

Javier Milei voltou a apoiar a venda de órgãos: “Vamos procurar mecanismos de mercado”

Segundo o deputado, a maioria das pessoas que fazem hemodiálise não tem assistência social e frequenta instituições públicas. É por isso Diante de um discurso que vê o comércio de órgãos viável, “essas famílias estão entrando em colapso”. No caso dele, Tailhade tem irmãos que estão fazendo estudos para poderem ser doadores, mas sua mãe, que sofria da mesma doença, passou seis anos fazendo diálise. Felizmente ele conseguiu um transplante e teve uma sobrevida de mais 20 anos.

Conhecendo de perto o problema, o parlamentar vai apresentar projeto nesta quinta-feira, 1º de junho, no Congresso Nacional para promover a doação de órgãos, já que “Entre 4 e 7 mil órgãos são perdidos por ano no país porque ninguém avisa que tem uma pessoa com morte encefálica em tal lugar”.

“A questão de haver pessoas que passam 13, 14, 15 anos em diálise é uma das principais preocupações dos pacientes”, alertou. O exemplo a ser dado para reverter isso, segundo Tailhade, é o da Espanha onde ninguém passa mais de dois anos em diálise porque o transplante é garantido nesse período.

O deputado anunciou que apresentará amanhã na Câmara dos Deputados um projeto de Declaração de interesse pelo programa Procurarum programa do Ministério da Saúde “que visa ter uma unidade de captação de órgãos e tecidos em hospitais de grande porte, principalmente em todo o país”.

O programa exige que um ou dois profissionais fiquem atentos aos casos de possível doação de órgãos. “O principal problema que temos é que não conseguimos detectar o número de órgãos disponíveis, ou seja, entre quatro e sete mil órgãos são perdidos todos os anos no país porque ninguém avisa que existe uma pessoa com morte cerebral em tal lugar. Com uma unidade de aquisição em cada hospital, isso reduz-se significativamente”, sublinhou.

O recado de Tailhade através de suas redes sociais sobre sua saúde e doação de órgãos

No dia 30 de maio, no Dia Nacional da Doação de Órgãos, o deputado partilhou uma mensagem nas redes sociais onde revelou a sua doença e que está à espera de um transplante. Através de um vídeo ele contou: “Apenas 4 em cada mil pessoas que morrem estão aptas a doar órgãos e muitas vezes a doação não se concretiza porque os hospitais não têm estrutura necessária para preservar os órgãos”.

“Desde que nasci, sofro de uma doença renal para a qual, até hoje, não há cura conhecida: a doença policística. É uma doença genética que herdei da minha mãe que, por sua vez, herdou do pai. Com o tempo, a doença fez com que meus rins parassem de funcionar. E, há mais de dois anos, sou uma das 30 mil argentinas que fazem diálise”, completou.

Acrescentou que, apesar da Lei Justina (aprovada em 2018 e que prevê que “qualquer pessoa capaz com mais de 18 anos” é possível doadora de órgãos ou tecidos, salvo indicação expressa em contrário) que, “Apesar da solidariedade de argentinos e argentinas que deixam explícita sua vontade de doar, conseguir órgãos não é fácil”.

RB/FL

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