“É uma necessidade de arrecadação do governo”, disse Nicolás Pino, do Sociedade Rural Argentina ao mostrar a posição da entidade frente ao novo dólar agrícola proposto pelo ministro Sergio Massa e que busca aumentar as reservas em 15 bilhões de dólares.

E é isso Abril começará com um novo esquema de dólar agrícola. Uma medida que se antecipava devido à constante deterioração das reservas internacionais do BCRA. Afinal, a seca começou a atingir fortemente os cofres fiscais e obrigou o ministro da Economia a lançar um novo regime de câmbio diferencial.

Em meio à crise do dólar, Sergio Massa busca divisas e consegue novos empréstimos do BID

Este “agrodólar” buscará justamente aumentar a oferta de moeda estrangeira no mercado de câmbio e ao contrário do dólar da soja Espera-se que tenha um alcance maior, pois incluiria exportações de vinho, maçã, arroz e amendoim, entre outros..

Das entidades agropecuárias esperam cautelosamente antes de se pronunciarem, pois entendem que muito ficará mais esclarecido na regulamentação da medida. No entanto, o presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), Nicolás Pino, já havia sido estimulado a questionar a implementação desse “agrodólar” unificado e a simplificação das contribuições para importar produtos e serviços, pois argumentou que “criará distorções .”

Questionado sobre a SRA relativamente a este novo regulamento, em diálogo com o programa “Esta Tarde”, apresentado por Luis Majul na Rádio Rivadavia, Pino considerou que “Não é a solução para o campo argentino, mas uma necessidade de arrecadação do governo”.

Aprofundando seu olhar, ele explicou que “vai gerar distorções nos preços, como gerou o `dólar da soja`, porque quando alguém quer intervir nos mercados, causa esse tipo de coisa: incerteza e perplexidade”, disse.

Melhor, remova as retenções

Por outro lado, Pino garantiu que mostraram ao “ministro Sergio Massa com o ‘dólar soja 2’ que, se a decisão tivesse sido retirar as retenções, o custo seria exatamente o mesmo com a diferença que geraria mais expectativas no produtores”.

Por causa da seca, o Estado leva 80 de cada 100 pesos que o campo produz

“Se é uma medida apenas para arrecadar dinheiro, que digam abertamente”ele adicionou.

Igualmente, o presidente da SRA destacou que, através de relatório elaborado pela entidade, se estima que as perdas devido à seca rondarão os 20.000 milhões de dólares em todas as áreas produtivas.

“Isso supera o problema dos produtores apenase. Estimamos que neste ano haverá 1,5 milhão de viagens de caminhão a menos“, concluiu o representante da Mesa de Ligação.

Segundo a Bolsa de Grãos de Buenos Aires (BCBA), a produção total de grãos para esta temporada deve ser de 84 milhões de toneladas, ante as 130 milhões produzidas no ciclo 2021/22, o que resultará em uma queda de 48% nas exportações, o equivalente para US$ 20.811 milhões.

LR

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