É verdade que “Argentina, 1985” não ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (Foi obtido pelo filme alemão “All Quiet on the Front”). Desta vez não éramos os favoritos, embora as ilusões fossem muitas. Ricardo Darín concede CARAS uma entrevista de Los Angeles e expressou uma análise muito positiva do que aconteceu com o filme dirigido por Santiago Mitre.

— Que equilíbrio isso faz? Não conseguir a estatueta gerou uma sensação de que… “Faltou o Morango para a Sobremesa.”

—Fizemos uma trajetória gloriosa: ganhamos o Goya, o Globo de Ouro, recebemos prêmios de todos os lados. O público adorou o filme. Não sinto que perdemos nada. Perdemos a chance de levar o Oscar, mas a verdade é que ganhamos muito. O caminho que este filme percorreu, acompanhado por nós, e a generosidade que o filme teve, com o número de prémios e avaliações que recebeu por todo o mundo, não fala em nada de um resultado de perda. Em vez disso, eu diria a você, é um sentimento de ganho. Não precisávamos ganhar o Oscar e pronto: nada acontece! Mas sinto que ganhamos muito: na experiência, nos contatos, aprendemos muito nesse caminho.

Oscar 2023: O que Florencia Bas usou para acompanhar Ricardo Darín na cerimônia de premiação
Ricardo Darín e Florencia Bas no tapete champanhe do Oscar 2023

—Você acha que, apesar de não ter ganhado o Oscar, ainda assim foi um triunfo do cinema argentino?

—Não sei se é um triunfo do cinema argentino, mas é um “grande empurrão”. O nosso cinema no mundo, com situações como a que vivemos com este filme… E não só com este, com outros de outros colegas também, colocam a fasquia muito alta. Hoje em dia você fala de cinema argentino e todo mundo presta um pouco de atenção. Ou seja, pensando assim, a resposta seria: sim, pode ser considerado um triunfo do cinema argentino.

Oscar 2023: é assim que Peter Lanzani e Ricardo Darín vivem a prévia de Hollywood
Ricardo Darín na preparação para o Oscar 2023 com Peter Lanzani.

—Como passa da expectativa que se criou de ganhar o 3º Óscar do cinema nacional à aceitação desta realidade?

—Administramos um nível de expectativa de acordo com o que acreditávamos que poderia acontecer. E é por isso que não ficamos tão surpresos, porque vimos que nas últimas semanas o cinema alemão estava forte. Ele teve um grande apoio da empresa patrocinadora e acho que isso também fez a diferença. Mas divertimo-nos tanto a fazer tudo isto, recebemos tantos elogios e uma experiência tão vasta que, insisto, ainda tenho a sensação de que ganhámos muito. Você tem que aceitar a realidade e a realidade é que não vencemos. Mas não mais que isso. Não podemos esquecer de tudo isso, que para mim é o mais forte… Claro, claro, ganhar o Oscar teria sido um extraordinário “Fechamento de Campanha”. Talvez estivéssemos esperando demais. Mas o que foi feito é muito bom, o que foi alcançado e a satisfação do trabalho realizado.

Ricardo Darin no Oscar:
Ricardo Darín e sua esposa, capa desta semana do CARAS.

você pode gostar