Flávio Bolsonarosenador e um dos filhos do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonarofoi finalmente multado por ter espalhado um vídeo enganado para associar Lula “ao diabo”. Por isso, o Tribunal Superior Eleitoral o condenou a pagar mil reais, cerca de cinco mil reais.

O dia em que Flavio Bolsonaro acusou a Seleção Argentina de trapaça.

“Fale com seu pastor, padre, rabino… Envie esse vídeo para seu líder religioso e pergunte o que ele acha. A guerra também é espiritual“, escreveu Flávio Bolsonaro no post ao qual acrescentou um vídeo com imagens de Lula da Silva. Ele mesmo a divulgou durante a campanha eleitoral que mais tarde terminou com a derrota de Bolsonaro.

O referido vídeo havia sido editado com imagens que correspondiam a um ato em agosto de 2021 do qual Lula participou diante de um grupo de afro-americanos, em Salvador da Bahia. Lá, o atual presidente do Brasil denunciou: “Nas redes sociais do bolsonarismo estão dizendo que eu tenho relações com o diabo, que Estou falando com o diabo e que o diabo me possuiu. É uma campanha massiva, violenta, do tipo que fazem, campanhas do mal”.

Jair Bolsonaro tem que devolver joias que recebeu durante sua presidência.

As fake news de Flávio Bolsonaro contra Lula

O processo judicial deste Fake News criada por Flávio Bolsonaro teve início em setembro de 2022 perante o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil. À época, o presidente do referido órgão, desembargador Alexandre de Moraes, havia indicado que esse vídeo fazia parte de uma estratégia “claramente” eleitoral. Embora para chegar a essa conclusão não fosse necessário ser excessivamente esclarecido, sua apreciação era necessária.

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Flávio e Jair Bolsonaro.

A multa de mil reais (cinco mil reais) ao notícias falsas divulgado por Flávio Bolsonaro pode ser escasso, mas pelo menos abre um precedente. Em um país como o Brasil onde, principalmente na última campanha presidencial, certos grupos religiosos com muito poder e aceitação social tiveram peso ostensivo para fazer campanha a favor de Jair Bolsonaro, associar Lula ao diabo forjando um vídeo como a que o filho de Bolsonaro divulgou, tinha um objetivo claro. E a certa altura deu certo: se as palavras “Lula” e “demônio” forem combinadas, os buscadores replicam a notícia do referido vídeo veiculado não só na mídia brasileira.

Notícias sobre Jair Bolsonaro são censuradas na imprensa brasileira.

Por isso, oito meses após o início deste caso, o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil puniu Flávio Bolsonaro e também determinou a aplicação da mesma sanção econômica de mil dólares ao autor do referido vídeo, Rômulo Quintino, vereador do Partido Liberal (PL ).

IE/ED

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